Brasil, 11 de outubro de 2025
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PT critica Congresso por derrubada de Medida Provisória

O Partido dos Trabalhadores acusa o Congresso de sabotagem ao governo Lula após a derrubada de uma MP que visava tributar grandes empresas.

O Partido dos Trabalhadores (PT) publicou recentemente um vídeo em suas redes sociais onde expressa críticas contundentes ao Congresso Nacional. A declaração surgiu após a derrubada da Medida Provisória (MP) que, segundo o governo Lula, seria uma alternativa para evitar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na mensagem, o PT declarou que o Congresso “derrotou o povo” e “sabotou o país”, alegando que o ato visa enfraquecer o presidente Lula e sua posição política até as eleições de 2026.

A MP que foi rejeitada e suas implicações

Na última quarta-feira, dia 8 de outubro, a Câmara dos Deputados decidiu não analisar a MP 1.303/2025, que tinha como proposta a tributação sobre títulos de investimentos e a cobrança retroativa de empresas de jogos de apostas. Com 251 votos a favor da rejeição e 193 contra, a maior parte dos parlamentares optou por deixar a medida sem validade, fato que o governo estima que causará um impacto negativo de R$ 46,5 bilhões no orçamento até o próximo ano.

O relator da MP, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), buscou uma negociação em que reduzia a taxação sobre algumas categorias, mas manteve a elevação de impostos sobre fintechs e a cobrança retroativa sobre apostas. Contudo, ainda assim não conseguiu aprovar a medida. Essa tem sido uma das principais derrotas enfrentadas pelo governo Lula em sua tentativa de implementar mudanças fiscais no país.

As reações em meio à crise política

No vídeo publicado pelo PT, o partido enfatiza a defesa pela taxação de “bilionários, bancos e apostas”, promovendo também o conceito de “justiça social”. É uma cobrança reiterada que vem sendo utilizada em campanhas e propagandas na televisão e redes sociais ao longo dos últimos meses, especialmente desde a implementação da isenção do Imposto de Renda para aqueles que recebem até R$ 5 mil. “Derrotaram o projeto que cobra mais impostos de bilionários, bancos e bets”, declarou o vídeo.

Desde a rejeição da MP, militantes e apoiadores do governo têm se mobilizado nas redes sociais, denunciando o Congresso como um “inimigo do povo”. Segundo uma análise da consultoria Bites, os perfis alinhados à esquerda dominaram a discussão nas plataformas sociais, acumulando mais de 552 mil menções desde a decisão da Câmara. Isso representa 74% de todas as postagens sobre o assunto, contrastando com apenas 13,2% das menções feitas pela oposição, que celebrou a derrubada da MP.

Em meio a tensões políticas

As críticas também chegaram a atingir o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi acusado de atuar pela rejeição da MP de forma a desgastar o PT. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ressaltou que o governador não agiu em prol do interesse nacional e, em resposta, Tarcísio chamou Haddad de enganador ao sugerir que o governo deveria priorizar cortes de gastos ao invés de criar novos impostos.

“Ficar jogando uns contra os outros de forma absurda e querer que a população apoie aumento de impostos é um erro. Vamos parar de inventar culpados”, disparou o governador em suas redes sociais. A insistência em aumentar a carga tributária gerou resistência tanto entre os parlamentares quanto entre a população, que já demonstrou nas urnas suas preferências e prioridades a respeito da gestão pública.

Perspectivas futuras

Com a rejeição da MP, o governo agora se vê diante da necessidade de repensar suas estratégias econômicas e fiscais. O impacto adicional ao orçamento pode levar a novos aumentos em outras taxas, como o IOF, além de cortes de emendas, numa tentativa de equilibrar as contas perante uma crise econômica que já se agrava. A pressão agora recai sobre os ombros de Lula e sua equipe para conseguir articular uma nova proposta que seja aceita no Congresso, em um cenário já cargado de polarizações políticas.

A falta de apoio legislativo tem mostrado as dificuldades que o governo enfrenta em um ambiente tão fragmentado, onde a convergência de interesses entre os diferentes partidos torna decisiva a habilidade política do presidente e seus aliados. O que se vê agora é um embate que não se limita às decisões orçamentárias, mas que reflete uma verdadeira batalha por espaço e influência nos respectivos campos políticos.

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