Nesta terça-feira, a procuradora-geral Pam Bondi protagonizou um momento inusitado na audiência da Comissão de Justiça do Senado ao demonstrar uma postura claramente defensiva, marcada por interrupções e declarações carregadas de emoção. Sua atuação, considerada por muitos como agressiva e desrespeitosa, deixou senadores perplexos e espectadores impressionados, num ambiente de forte polarização política.
Confronto e agressividade marcam depoimento de Bondi
Durante várias horas, Bondi recusou-se a responder perguntas de senadores democratas sobre temas sensíveis, incluindo os arquivos Epstein, a critérios para demissões no Departamento de Justiça e alegações de uso político do órgão por parte do governo. Em momentos, ela declarou-se uma “promotora de carreira” e afirmou que não poderia ser questionada por supostas mentiras de senadores, ameaçando sua integridade.
Ao ser confrontada por senadores como Dick Durbin e Sheldon Whitehouse, a procuradora manifestou uma conduta marcada por acusações, insultos e respostas evasivas. Em uma das ocasiões, ela questionou se os questionadores não estavam tentando “colar uma mentira” nela, além de acusar os parlamentares de atos políticos e de mentir para promover agendas pessoais.
Reações de senadores e análise dos especialistas
O senador Durbin criticou duramente a postura de Bondi, afirmando que seu comportamento “não condiz com o que se espera de uma autoridade que deve exercer o cargo com imparcialidade e responsabilidade”. Segundo avaliação de especialistas, a atitude de Bondi refletiu uma tentativa de limitar o escrutínio do órgão, afastando-se do padrão esperado de uma audiência de investigação parlamentar.
Durante a sessão, a procuradora também demonstrou frustração ao longo do tempo, elevando sua voz e, por vezes, adotando uma postura visivelmente nervosa, como crossing arms e face avermelhada. Sua reação foi considerada por muitos como uma demonstração de ressentimento ao ser questionada sobre assuntos delicados, como o destino de supostos recursos ilícitos relacionados ao ex- oficial Tom Homan.
Política e controvérsias no centro do debate
A audiência foi marcada por tensões políticas, com Bondi atacando os democratas e defendendo os interesses do ex-presidente Trump. Ela também se recusou a responder questões sobre possíveis conflitos de interesse, alegando que suas decisões eram soberanas e que não consultou Trump antes de iniciar ações, como o envio de tropas federais a várias cidades americanas.
Especialistas avaliam que as ações de Bondi refletem uma estratégia clara de alinhamento com a narrativa do ex-presidente e uma tentativa de desviar o foco das investigações que apontam possíveis abusos administrativos e uso político do aparato legal.
Impacto da audiência e próximos passos
Após quatro horas de sessões acaloradas, a maioria dos senadores expressou que poucas respostas foram obtidas acerca do uso de força do governo contra cidades democratas nem da intenção real por trás de operações de inteligência e segurança. Para o senador Durbin, as respostas de Bondi demonstraram uma postura de resistência que compromete o objetivo de uma investigação imparcial e aprofundada.
O desfecho da audiência reforça a polarização do debate político nos Estados Unidos, evidenciando a linha tênue entre defesa veemente dos aliados e o respeito às normas institucionais.
Mais detalhes sobre o comportamento de Bondi e o andamento das investigações podem ser acompanhados no site do HuffPost.