Nesta terça-feira, a procuradora-geral Pam Bondi protagonizou momento de alta tensão durante audiência no Comitê de Justiça do Senado dos EUA, deixando senadores e espectadores chocados. Sua postura agressiva e respostas evasivas marcaram a sessão, focada na suposta politização do Departamento de Justiça (DOJ).
Painel do Senado é palco de confronto acalorado com Bondi
Com a presidência do senador Chuck Grassley (R-Iowa), a reunião inicialmente visava auditar o uso do DOJ, mas rapidamente virou um debate acirrado. Bondi evitou responder perguntas sobre os arquivos Epstein, possível envolvimento com investigações de Trump e alegações de manipulação política.
A procuradora chegou a interromper senadores e a acusar alguns de mentir, enquanto rebatia com frases carregadas de indignação. Em um momento, declarou: “Como você se atreve? Sou uma procuradora de carreira! Não desafie minha integridade”, com pausas dramáticas.
O foco na defesa de Trump e ataques aos opositores
Durante oitiva, Bondi reforçou a narrativa de que investigações do Justice Department são parte de uma tentativa de desestabilizar o ex-presidente Donald Trump. Ela também questionou o papel de autoridades em casos envolvendo as ações militares e processos relacionados ao ataque ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021.
Ao ser questionada sobre possíveis conflitos de interesse ligados ao recebimento de US$ 400 milhões de Qatar por Trump — uma acusação que ela mesmo já fez — Bondi retrucou com ataques a senadores democratas, incluindo uma referência à guerra do Vietnã, mencionando supostos enganos de Blumenthal.
Reações e impacto da postura de Bondi
Senadores democratas, como Dick Durbin, criticaram duramente a atuação de Bondi, afirmando que ela se mostrou desrespeitosa e incapaz de responder às questões essenciais sobre operações do DOJ, especialmente relacionadas ao episódio Jan. 6.
“Nunca vi algo assim na minha carreira”, afirmou Durbin ao HuffPost. A reação de Bondi também gerou desconforto, com seu rosto ficando vermelho e a voz cada vez mais áspera enquanto tentava interromper os colegas.
Questionamentos sobre investigações e transparência
Um dos aspectos mais polêmicos da sessão foi a recusa de Bondi em divulgar detalhes sobre uma investigação envolvendo Tom Homan, ex-diretor do ICE, acusado de receber suborno em operação encoberta pelo FBI. Quando questionada sobre os US$ 50 mil em dinheiro, ela evitou comentar.
Ela também se recusou a confirmar se tinha consultado Trump antes de de deployar tropas federais em cidades como Chicago, Portland e Los Angeles, levantando suspeitas sobre a transparência das ordens do governo.
Perspectivas futuras
Ao final, a audiência revelou-se uma afronta às tentativas do EUA de realizar uma fiscalização imparcial do DOJ, com os democratas saindo sem respostas conclusivas, enquanto Bondi manteve sua postura de ataque contínuo a críticas e opositores políticos. A sessão deixou claro o clima de polarização que permeia as investigações envolvendo Trump e o Departamento de Justiça.
