O caso da morte de Alice Brasil, uma menina de apenas 4 anos, ocorrida em agosto deste ano em um colégio de Teresina, Piauí, reacendeu a indignação da família e da sociedade. Às vésperas do Dia das Crianças, a mãe da menina, Dayana Brasil, expressou sua dor nas redes sociais, afirmando que não aceita a conclusão do inquérito da Polícia Civil que apontou a causa da morte como acidental, sem indícios de crime.
Controvérsias sobre a conclusão do inquérito
A delegacia responsável pelo caso, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), sob a direção do delegado Hugo Alcântara, afirmou que não houve indiciamento de nenhum envolvido. Porém, Dayana Brasil se mostrou revoltada com essa conclusão, afirmando que sua filha “morreu pela segunda vez” com a possibilidade de arquivamento do caso.
“Revivo a dor mais cruel que uma mãe pode sentir. A investigação acabou por sepultar minha filha, mais uma vez. Nenhuma mãe deveria ver a memória da filha ser apagada duas vezes”, disse Dayana, fazendo um apelo à justiça em favor de todas as crianças. O inquérito agora será analisado pelo Ministério Público do Piauí, que irá decidir se novas investigações serão realizadas ou se o caso será arquivado.
Familiares e advogados contestam o parecer
A advogada da família, Arielly Pacífico, também se posicionou contrária à conclusão do inquérito, alegando que o resultado minimiza a gravidade do caso. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ela afirmou que considerar o ocorrido como um fato atípico é ignorar a responsabilidade dos envolvidos e privar a família de Alice do direito à Justiça.
Um ponto relevante levantado pela advogada foi a falta de supervisão adequada na brinquedoteca do colégio, onde, segundo ela, apenas uma cuidadora estava responsável por cinco crianças no momento do incidente. A professora, afirmam, estava em outra sala, cuidando de outras crianças.
Além disso, a perícia constatou que a penteadeira de madeira que caiu sobre Alice não estava fixada à parede, o que contribuiu para a tragédia. A posição do móvel, encostado em outro brinquedo, fez com que ele tombasse quando uma outra criança entrou embaixo.
Causas da morte e repercussão
Alice Brasil Sousa da Paz faleceu em 5 de agosto após um grave acidente, quando a penteadeira tombou sobre ela. De acordo com a declaração de óbito, as causas da morte incluíam edema cerebral difuso, hematoma subdural agudo e traumatismo cranioencefálico. Essas condições são indicativas de ferimentos graves que requerem atenção imediata e adequada no ambiente escolar.
O Grupo CEV, responsável pelo colégio, lamentou publicamente o acidente e o presidente da instituição, Rafael Lima, pediu desculpas à família de Alice. Contudo, as reclamações da mãe e dos advogados indicam que a resposta da escola e das autoridades policiais não foram satisfatórias.
A luta por justiça continua
Dayana Brasil e seus apoiadores não pretendem desistir da busca por justiça. A dor da perda e a sensação de impotência frente à situação motivam a mãe a lutar por mudanças no sistema de segurança e cuidado das crianças nas escolas. “Continuaremos lutando por Alice e por todas as crianças que merecem segurança, respeito e verdade”, enfatizou.
O caso de Alice Brasil serve como um alerta para a importância da responsabilidade e da segurança em ambientes escolares, especialmente nas áreas onde crianças pequenas estão sob cuidado. A tragédia não apenas impactou a família de Alice, mas também mobilizou a sociedade em torno da discussão sobre a proteção de crianças em instituições de ensino.
À medida que o caso avança, a expectativa é de que esclarecimentos sejam feitos e que as lições necessárias sejam aprendidas, para que incidentes desse tipo não se repitam no futuro.
