Brasil, 11 de outubro de 2025
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Como a Síria pode construir uma paz duradoura

Após anos de conflito, a Síria tenta negociar maior representação e autonomia para evitar uma retomada da violência

Em encontro recente em Damasco, o presidente sírio Ahmad al-Sharaa destacou que o principal desafio do país pós-Assad é a partilha de poder entre os diversos grupos étnicos e religiosos. Com a retomada de tensões em Aleppo, o país permanece vulnerável a uma nova escalada de violência.

Relevância da descentralização e diálogo com os curdos

Os curdos tiveram papel central na discussão sobre maior autonomia, impulsionando um debate que antes era pouco presente no governo de Damasco. A aproximação entre o governo e lideranças curdas levou à assinatura de um acordo para integrar forças da Frente Democrática Síria (SDF) às estruturas estatais, evitando uma guerra generalizada no leste do país.

Segundo fontes próximas às negociações, o líder curdo Mazloum Abdi aceitou um prazo de um ano para a incorporação das forças da SDF ao exército sírio, com apoio de mediação americana. Essas conversas ocorreram após eventos culturais históricos, como as celebrações do Nowruz, marcando uma aproximação inédita com o regime Assad.

O papel da Turquia na estabilidade do nordeste sírio

Sharaa revelou que a Turquia planejava uma operação militar para expulsar os curdos na região após o declínio do regime Assad, temendo que uma administração curda pudesse estimular demandas similares dentro de seu próprio território. No entanto, ele conseguiu convencer Ancara a optar pelo diálogo, buscando manter a estabilidade por vias diplomáticas.

Desafios nas negociações de reintegração

As discussões entre Damasco e curdos focam na reestruturação da SDF, incluindo a reintegração de suas aproximadamente 12 mil combatentes femininas, uma questão cultural sensível. Os curdos exigem garantias legais e constitucionais para a participação de suas forças no aparato político-militar do país, enquanto Syriza oferece posições simbólicas e cargos para seus representantes.

Perspectivas e riscos futuros

Apesar dos avanços diplomáticos, há o risco de a hostilidade entre os atores continuar, especialmente se grupos extremistas opuserem resistência à inclusão na estrutura oficial do Estado. O desafio da paz duradoura na Síria depende do sucesso em manter a conversa aberta e vencer as tendências de fragmentação étnica e religiosa.

Especialistas alertam que a negociação de uma autonomia real, combinada com uma inclusão política ampla, será fundamental para evitar uma nova onda de violência. Como afirmou Sharaa, “a oportunidade de construir estabilidade deve ser aproveitada com cautela e determinação”.

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