Na região do planalto tibetano, a quase 3.000 metros de altitude, a China constrói uma vasta rede de energia limpa, aproveitando condições favoráveis como luz intensa, temperaturas baixas e o terreno plano, para gerar energia renovável a baixo custo e reduzir sua dependência de combustíveis fósseis.
Projetos de energia renovável no alto do Tibete
Nos últimos anos, turbinas eólicas e painéis solares surgiram entre montanhas e planícies áridas na província de Qinghai, onde o Parque Solar de Talatan, com 420 km², se destaca como o maior do mundo. Essas instalações capturam a forte luz solar e os ventos constantes, com a energia sendo transportada por linhas de alta voltagem a mais de 1.600 quilômetros de distância para uso urbano e industrial.
Uso de energia solar e eólica na China
Segundo fontes, a produção de energia solar na região já é suficiente para abastecer quase toda a demanda elétrica do planalto, incluindo centros de dados ligados à inteligência artificial. Qinghai também faz uso de energia eólica, equilibrando a geração ao longo do dia com a solar, e está recorrendo cada vez mais à hidrelétrica para complementar a matriz energética, especialmente com a construção de barragens no rio Yarlung Tsangpo, no sul do Tibete.
Inovação e estratégia de descarbonização
Enquanto ainda mantém uma alta queima de carvão, a China tem investido fortemente em tecnologias solares, eólicas, baterias e veículos elétricos, visando tornar-se o maior fornecedor mundial de energia renovável. Recentemente, o presidente Xi Jinping anunciou, em discurso na ONU, o compromisso de reduzir as emissões de gases do efeito estufa e ampliar em seis vezes a produção de energia limpa nos próximos anos, reforçando sua liderança na luta contra o aquecimento global.
O destaque para o planejamento de instalações em regiões de altitude alta reflete uma estratégia diferenciada, onde o clima frio e o terreno favorável aumentam a eficiência dos painéis solares. A região de Qinghai, de terreno predominantemente plano e com vegetação escassa, é ideal para essa abordagem, além de ser historicamente pouco povoada, o que minimiza o impacto social dos projetos.
Desafios e perspectivas futuras
Apesar dos desafios, como a construção de barragens no rio Yarlung Tsangpo — considerado o maior projeto hidrelétrico do mundo —, a China mantém seus esforços para aumentar sua capacidade de gerar energia limpa. O investimento no planalto tibetano representa uma mudança de paradigma na geração de energia em altitudes elevadas, onde a combinação de fontes solares, eólicas e hidrelétricas oferece uma alternativa sustentável para seu crescimento econômico e ambiental.
Mais informações em: Por que a China construiu 420 km de painéis solares no planalto mais alto do mundo