Desde sua chegada ao elenco de “Dateline” em outubro passado, a jornalista Blayne Alexander vem sendo reconhecida como a peça que faltava para fortalecer a representatividade no programa, que é um ícone do jornalismo investigativo no Brasil e no mundo.
A importância da representatividade em ‘Dateline’
Blayne, uma jornalista negra com vasta experiência na NBC, destacou que sua presença na equipe transmite uma mensagem poderosa: “A minha presença na TV como mulher negra mostra que há vozes negras contando histórias também.”
Durante o CrimeCon, evento de crime real, ela recebeu dezenas de abraços de fãs e comentários como “Você é a peça que faltava”, reforçando seu impacto. Segundo Josh Mankiewicz, veterano do “Dateline”, ela representa a diversidade que a audiência merece ver: “Precisávamos contratar os melhores jornalistas, e conseguimos. Precisamos que a nossa equipe seja um reflexo do Brasil também.”
O perfil do público e o impacto na narrativa
Alexander reforça que o programa atrai públicos de diferentes idades e etnias, incluindo negros e brancos. “Todos assistimos a ‘Dateline’, é uma narrativa que conecta pessoas independentemente de sua origem”, ela afirmou. Estudos, como o realizado pela Pew Research em 2022, mostram que a maioria dos ouvintes de podcasts de crimes reais são latinos e negros, confirmando o apelo do gênero para diversos grupos.
Compromisso com histórias não ouvidas
Antes de integrar ‘Dateline’, Alexander já tinha o compromisso de valorizar vozes que muitas vezes ficam à margem. Sua trajetória inclui trabalhos como repórter, âncora de notícias locais e correspondente em Washington. Para ela, seu papel é ouvir, entender e trazer perspectivas que refletem suas próprias experiências de vida — mulher, negra, de Oklahoma, milenar.
A história de Alexander começa na cidade de Oklahoma City, na década de 1990, marcada pelo atentado ao Edifício Federal Alfred P. Murrah, em 1995. Ela era uma criança de três anos na época, e só compreendeu a gravidade do episódio assistindo ao “Today” no dia seguinte. “Na minha cabeça de terceira série, percebi que era algo importante, e isso despertou meu desejo de fazer jornalismo.”
A nova fase e seus desafios
Para Alexander, estar em ‘Dateline’ é expandir seus limites profissionais. “Posso aprofundar uma história, sentar com famílias por horas, algo que nunca tinha feito antes”, ela explicou. Sua abordagem humaniza as reportagens, fortalecendo conexões com vítimas e suas famílias, que muitas vezes veem nela um porto seguro para expressar suas emoções.
Ela relata que após uma entrevista, muitas pessoas sentem alívio ou gratidão, como uma mulher que afirmou que falar sobre o caso foi como uma terapia. “Ver que elas valorizam alguém que as escuta, que permite que desabafem, é muito recompensador.”
Projetos futuros e o desejo por novos desafios
Alexander demonstra entusiasmo com a possibilidade de abordar temas relevantes, especialmente histórias de vítimas negras, como mulheres vítimas de violência doméstica, e também de casos arquivados há anos, que podem ser resolvidos com novas tecnologias ou pistas. “Adoro histórias que levam tempo para serem resolvidas e, de repente, apresentam uma reviravolta”, ela afirmou.
O efeito do reconhecimento
Quando Mankiewicz disse que a chamava de a “peça que faltava” no “Dateline”, Alexandre ficou emocionada. Ela celebra a aceitação dos espectadores e a chance de fazer parte de uma equipe que “reflete a pluralidade do público”. “Ver que a série é tão amada por tantos, por causa das pessoas que contam as histórias, é algo que me enche de orgulho”, concluiu.