Brasil, 11 de outubro de 2025
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Aumento das execuções no mundo e o papel da Igreja

Entrevista com Krisanne Murphy da Rede Católica de Mobilização destaca o crescimento das execuções e a luta pela abolição da pena de morte.

Em um contexto global em que mais de dois terços dos países aboliram a pena de morte, um estudo recente revelou que, em 2024, o número de execuções registradas aumentou, alcançando a marca de 1.518 — o maior número desde 2015. Entre os países que se destacam nesse cenário estão China, Irã, Arábia Saudita, Iraque e Estados Unidos. Essa realidade acentua a importância do “Dia Mundial contra a Pena de Morte”, comemorado em 10 de outubro, evento que busca elevar a conscientização sobre os direitos humanos e a dignidade humana, independentemente das circunstâncias.

Dia mundial contra a pena de morte e sua importância

Na entrevista concedida por Krisanne Vaillancourt Murphy, diretora executiva da Rede Católica de Mobilização (CMN), ela ressaltou que a data representa uma oportunidade crucial para refletir sobre os progressos e os desafios na luta pela abolição das execuções ao redor do mundo. Murphy afirmou: “Estamos em um bom ponto para chegar à abolição desta prática. Cerca da metade dos Estados norte-americanos aplica a pena de morte e aproximadamente a outra metade já a eliminou de suas leis. Embora enfrentemos muitos obstáculos, é uma luta significativa que visa reafirmar o valor intrínseco de cada ser humano, mesmo daqueles que cometeram crimes graves.”

A realidade nos Estados Unidos

Infelizmente, a realidade nos Estados Unidos continua complexa. Em 10 de outubro de 2024, uma execução ocorreu no estado de Indiana, mesmo em um mês dedicado à promoção do “Respeito à Vida”, promovido pela Igreja Católica. Murphy expressou preocupação com o aumento das penas de morte nos EUA, apontando que, apesar do contexto atual, existe um forte compromisso por parte da Igreja e outros cidadãos em se opor às execuções. “Assistimos a uma frente unida que luta contra isso; foram feitos apelos ao governador da Flórida para que ele suspenda as execuções, demonstrando que a comunidade católica está vocalizando suas preocupações.”

Progresso nos últimos anos

Murphy também refletiu sobre os avanços que a Rede CMN conseguiu nos últimos 15 a 20 anos, que resultaram na redução das execuções anuais pela metade. “A tendência está a favor dos abolicionistas. Atualmente, a sociedade americana está se tornando menos tolerante em relação à pena de morte, e isso é um sinal encorajador”, disse ela. Apesar do aumento registrado nas execuções, a diretora destacou que a pesquisa mais recente da Gallup apontou que o apoio do público à pena de morte caiu para seu nível mais baixo desde a década de 1970. “Reconhecemos que esse é um desafio contínuo, mas a luta pela abolição definitivamente está ganhando força”, acrescentou.

A retórica política e suas consequências

Um ponto que chamou a atenção de Murphy foi a retórica do atual governo dos Estados Unidos, que tem enfatizado a aplicação da pena de morte em nível federal. “Enfrentamos tempos difíceis em relação à dignidade humana, mas é essencial que a população americana expresse seu desejo de abolir as execuções”, declarou. Ela observou que a questão da pena de morte transcende as divisões políticas, com ambos os lados começando a perceber que se trata de um tema que deve ser solucionado em nome da vida. “É encorajador ver a coragem demonstrada pelos líderes religiosos, como os Bispos da Flórida, que têm tomado uma posição clara contra a pena de morte.”

Desde sempre, a Igreja tem se manifestado contra a pena de morte, enfatizando que apoiar a execução de pessoas não é compatível com a defesa da vida. Murphy concluiu reafirmando que a luta pela abolição deve continuar, e que enquanto houver vozes conscientes e ativas, a esperança de um futuro sem a pena de morte é uma meta viável.

Assim, o “Dia Mundial contra a Pena de Morte” não é apenas uma data simbólica, mas um marco na luta contínua pelo reconhecimento e valorização da dignidade humana, algo que deve ser constantemente promovido e defendido em todas as esferas da sociedade.

Para mais detalhes sobre o atual estado da pena de morte pelo mundo, acesse o link da fonte.

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