Brasil, 10 de outubro de 2025
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Morte da bailarina Gisèle Santoro: um legado cultural em Brasília

A bailarina Gisèle Santoro faleceu aos 86 anos e será velada no Teatro Nacional, um espaço que foi fundamental em sua trajetória artística.

A bailarina Gisèle Santoro, ícone da dança brasileira, faleceu nesta quinta-feira (9) aos 86 anos, deixando um legado significativo na cultura do Distrito Federal. O sepultamento está previsto para as 16h deste sábado no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, e sua despedida será realizada no mesmo local onde fez história: o Teatro Nacional Cláudio Santoro, que leva o nome de seu marido, o famoso maestro Cláudio Santoro.

A trajetória de Gisèle Santoro

Gisèle tinha uma relação profunda com a cidade de Brasília. Nascida no Rio de Janeiro, ela se mudou para a capital federal ainda jovem, em 1962, a convite da russa Eugenia Feodorova, fundadora da Fundação Brasileira de Ballet. Na nova capital, Gisèle não apenas brilhou como bailarina, mas também desempenhou um papel fundamental na consolidação da cultura e das artes no local.

Uma de suas performances mais marcantes aconteceu na inauguração da capital, quando dançou em cima do Congresso Nacional. Com seu talento e dedicação, tornou-se uma figura central na dança em Brasília, ajudando a criar uma atmosfera cultural vibrante na cidade desde o início de sua construção.

Contribuições para a dança em Brasília

Além de suas apresentações de dança, Gisèle foi uma das fundadoras do Seminário Internacional de Dança de Brasília e criou a Mostra de Dança de Brasília. Sua paixão pela arte a levou a ser reconhecida em 2015 como cidadã honorária da capital, um título que simboliza a importância de sua obra ao longo dos anos.

A relação com Cláudio Santoro

Gisèle e Cláudio Santoro formaram um casal que se destacou nas artes. Após se mudarem para Brasília, Cláudio assumiu a liderança do Departamento de Música da Universidade de Brasília (UnB) e juntos, o casal trabalhou intensamente para fomentar a cultura na nova capital. Participaram até de missões internacionais em busca de doações de instrumentos e partituras para a UnB.

Infelizmente, a situação política no Brasil durante a década de 1960 levou o casal ao exílio na Alemanha. Contudo, em 1978, retornaram ao Brasil e participaram ativamente da construção do Teatro Nacional Cláudio Santoro, um espaço que se tornaria símbolo da cultura brasiliense. Cláudio dirigiu o teatro até seu falecimento em 1989, enquanto Gisèle continuou a manter viva a chama da dança e da música na cidade.

Legado e influências familiares

Gisèle Santoro também deixou um legado familiar, sendo mãe de três filhos que seguiram os caminhos das artes, inspirados pela união entre dança e música que sempre esteve presente em sua casa. Durante anos, ela lecionou em suas academias, como o Ballet de Câmara Gisèle Santoro e o Ballet de Brasília, transmitindo seu conhecimento e amor pela dança às novas gerações.

Despedida e homenagens

O velório de Gisèle no Teatro Nacional Cláudio Santoro é um tributo não apenas à sua trajetória como bailarina, mas também ao impacto duradouro que teve na cultura de Brasília. Artistas, alunos e admiradores estão convidados a se despedir da lendária dançarina que deixou uma marca indelével na história da arte no Brasil.

Gisèle Santoro será lembrada não apenas por suas performances, mas pela paixão e dedicação que teve em promover a dança e a cultura em Brasília. Sua vida e legado continuarão a inspirar as futuras gerações de artistas e amantes da dança.

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