As mulheres no Brasil continuam ganhando quase 20% a menos do que os homens, mesmo apresentando níveis mais elevados de escolaridade, revela o Censo 2022: Trabalho e Rendimento, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo IBGE. O levantamento mostra que o rendimento médio mensal das mulheres é de R$ 2.506, enquanto o dos homens é de R$ 3.115, uma disparidade de 19,6%.
Desigualdade de rendimento aumenta com o nível de escolaridade
O estudo revela que a disparidade salarial se acentua nas camadas de maior escolaridade. Entre os trabalhadores com ensino superior completo, o rendimento médio masculino chega a R$ 7.347, enquanto o feminino permanece em R$ 4.591 — uma diferença de 37,5%.
Apesar dessa diferença salarial, as mulheres são mais qualificadas: 28,9% delas possuem ensino superior completo, contra 17,3% dos homens, conforme dados do IBGE. Na outra ponta, 43,8% dos homens não tinham concluído o educação básica, enquanto a porcentagem para mulheres era de 29,7%.
Disparidades na ocupação e distribuição de renda por regiões
O índice de Gini, que mede a desigualdade na distribuição de renda, atingiu 0,542 no Brasil em 2022. As regiões Norte (0,545) e Nordeste (0,541) apresentam os maiores índices, refletindo maior desigualdade e menores rendimentos médios per capita. Já a Região Sul apresenta o menor índice, 0,476, indicando uma distribuição mais equilibrada.
O nível de ocupação do país ficou em 53,5% em 2022, uma queda em relação a 2010, quando atingiu 55,5%. A disparidade de gênero continua evidente: 62,9% dos homens estavam ocupados, enquanto apenas 44,9% das mulheres tinham emprego ativo. “Ao longo de todas as faixas etárias, o nível de ocupação dos homens foi superior ao das mulheres”, afirma o IBGE. Na faixa de 35 a 39 anos, por exemplo, 82,6% dos homens estão empregados, contra 63,6% das mulheres.
Diferenças setoriais e participação feminina no mercado de trabalho
Apesar de ocuparem uma menor parcela da força de trabalho, as mulheres concentram sua participação em setores específicos, como ciências e áreas intelectuais (60,8%), apoio administrativo (64,9%) e serviços, comércio e saúde (respectivamente 59%, 11,4% e 10,7%).
Por outro lado, sua presença é reduzida em áreas como operadores de máquinas e forças armadas, onde representam apenas 7,5% e 9,3%, respectivamente. No setor de comércio e reparação de veículos, as mulheres respondem por 17%, enquanto na educação, 11,4%, e nos serviços domésticos, 9%.
Segundo o estudo, os dados refletem uma persistente desigualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro, que impacta salários, oportunidades e distribuição de renda em diversas regiões e setores do país.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no site do IBGE.