Brasil, 9 de outubro de 2025
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Milton Cavalo pode ficar em silêncio em depoimento sobre INSS

Ministro Flávio Dino permite que presidente do Sindnapi não responda a perguntas na CPMI devido a riscos de incriminação.

O cenário político brasileiro se intensifica com as últimas decisões envolvendo investigações sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nesta quinta-feira (9), o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), poderá permanecer em silêncio durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura irregularidades no órgão previdenciário.

Decisão do STF e suas implicações

A decisão de Dino foi motivada pelo argumento de que a convocação de Milton Cavalo, embora tenha sido feita formalmente na qualidade de testemunha, pode colocá-lo em uma situação de risco, onde suas respostas poderiam ser utilizadas de forma a incriminá-lo. O ministro afirmou que existem indícios suficientes que justificam a proteção do depoente, ressaltando a necessidade de evitar a “produção forçada de prova contra si próprio”.

Com isso, o líder sindical, que já se apresentou para o depoimento, está desobrigado de responder perguntas de deputados e senadores durante a sessão da CPMI. Essa decisão traz à tona debates sobre a legalidade das convocações e sobre a proteção de indivíduos que podem ser alvos de investigações.

Reações e contestações na CPMI

A decisão gerou descontentamento dentro da CPMI. O presidente do colegiado, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), expressou sua indignação ao criticar a “blindagem de pessoas próximas ao governo”, argumentando que certos envolvidos estariam utilizando a legislação para evitarem prestar esclarecimentos durante as investigações. Essa crítica reflete um sentimento crescente entre opositores do atual governo, que veem a ação como uma tentativa de silenciar vozes que poderiam trazer informações relevantes às investigações.

A convocação de Milton Cavalo para depor foi solicitada por parlamentares da oposição, que buscam esclarecer supostas fraudes relacionadas à concessão de aposentadorias e pensões no INSS. O Sindnapi, entidade representada por Cavalo, é uma das mais de dez associações que estão sendo investigadas por irregularidades vinculadas ao sistema previdenciário.

O papel do Sindnapi e seu vice-presidente

É importante notar que o Sindnapi, além de Milton Cavalo como presidente, conta com a vice-presidência ocupada por José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, que é irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de sua posição, Frei Chico não se encontra entre os alvos das investigações atuais, o que levanta questionamentos sobre os possíveis conflitos de interesse e as interações políticas envolvidas.

A investigação sobre as fraudes no INSS é um tema que vem ganhando destaque na agenda política nacional, especialmente em um momento em que a credibilidade do sistema previdenciário está em jogo. A CPMI, portanto, se tornou um espaço crucial para discutir e investigar as falhas que permitiram tais fraudes, assim como o papel de diferentes entidades e indivíduos dentro desse contexto.

Expectativas para os próximos passos

As expectativas agora giram em torno do que irá acontecer após o depoimento de Milton Cavalo, mesmo que ele opte pelo silêncio. A CPMI continua a receber pressão para avançar em suas investigações, e a oposição promete intensificar os esforços para obter respostas e esclarecer os contornos das fraudes no INSS. A situação se torna mais complexa à medida que novas informações e reações surgem, e os desdobramentos deste caso têm o potencial de impactar não apenas a esfera previdenciária, mas também a dinâmica política do Brasil como um todo.

Com a continuidade deste e de outros casos, o Brasil vê emergir uma nova fase de debates sobre a transparência e a responsabilidade na gestão do sistema previdenciário, sublinhando a importância de assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de forma honesta e eficiente.

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