No último dia 8 de outubro de 2025, a Justiça de São Paulo emitiu uma decisão liminar exigindo a transferência imediata de Lavínia Mendes Domingues, uma adolescente de 17 anos que se encontra internada no Hospital do Grajaú. Diagnosticada com mielite transversa aguda, Lavínia apresenta um estado de saúde gravíssimo e necessita de uma unidade hospitalar com recursos especializados em neurologia.
A urgência da transferência
A decisão foi proferida pela juíza Patrícia Persicano Pires, da 16ª Vara da Fazenda Pública, e é um reflexo da gravidade da situação. A mãe de Lavínia, Bruna Mendes Severo Nascimento, descreveu o momento que a família enfrenta como “desesperador”. “É desesperador ver minha filha desse jeito e não conseguir fazer nada”, afirmou. Bruna relata que sua filha está paralisada e não consegue mexer os membros, o que provoca sofrimento tanto para a jovem quanto para a mãe.
A mielite transversa aguda é uma inflamação rara e capaz de causar sérios danos, incluindo fraqueza, paralisia e problemas de controle de funções corporais. Infelizmente, a condição de Lavínia evoluiu rapidamente, levando a uma paralisia dos membros e dificuldades respiratórias. Desde o dia 2 de outubro, ela está sob cuidados médicos, mas suas necessidades estão além do que o Hospital do Grajaú pode oferecer.
Desafios enfrentados pela família
De acordo com os médicos responsáveis, Lavínia apresenta tetraplegia flácida, ausência de reflexos de tosse, dificuldades para engolir e desconforto respiratório. A equipe médica já optou por um tratamento inicial com metilprednisolona, um corticosteroide que visa reduzir a inflamação. Contudo, a falta de resposta significativa levou os profissionais a considerarem intervenções mais sofisticadas como a plasmaférese, que não está disponível no hospital onde ela se encontra.
A expectativa de melhorias é crucial, uma vez que a falta de respostas terapêuticas podem agravar o quadro clínico com sequelas permanentes e risco de mortalidade, especialmente pela insuficiência respiratória. A mãe se mostrou angustiada com a situação e ressaltou a necessidade de um pronto atendimento e uma transferência para um hospital com infraestrutura adequada.
Decisão judicial e resposta das autoridades
A medida liminar não apenas ordena a transferência para uma unidade de terapia intensiva no Hospital das Clínicas ou em outro hospital que possa oferecer os cuidados necessários, mas também estipula um prazo máximo de seis horas para a realização dessa transferência. Em caso de atraso, a decisão impõe uma multa de R$ 10 mil por hora, garantindo a urgência da situação.
A Secretaria Estadual da Saúde se manifestou, informando que há uma vaga autorizada para Lavínia no Hospital das Clínicas, mas a transferência deve ser realizada somente quando sua condição clínica se estabilizar. No entanto, a Secretaria Municipal da Saúde ainda não havia se pronunciado até a última atualização da reportagem.
O papel do apoio familiar e o drama pessoal
A história de Lavínia é também um reflexo do drama vivido por muitas famílias que enfrentam crises de saúde agudas. A dor e o sofrimento de uma mãe que vê sua filha em estado crítico é uma realidade que causa empatia e destaca a importância de um sistema de saúde acessível e eficiente. Bruna, a mãe, expressou seu desespero e a luta diária que tem enfrentado, enfatizando que “ela é uma menina de 17 anos que tem uma vida toda pela frente”.
As dificuldades enfrentadas durante esse período tem gerado um fortalecimento na luta das famílias por direitos e melhores condições de tratamento. Apesar do sofrimento, a esperança de que Lavínia receba a ajuda que tanto precisa continua viva. É um apelo à sociedade e às autoridades para que a saúde não seja um privilégio, mas um direito de todos.
Aos próximos passos, continua a expectativa para que a transferência de Lavínia seja realizada e que ela receba imediatamente o tratamento adequado que pode salvar sua vida.
Notícias como a de Lavínia Mendes trazem à tona a urgência de um debate humano sobre a saúde pública no Brasil, ressaltando as necessidades imediatas e, sobretudo, a importância de uma resposta rápida e eficaz diante de quadros de saúde tão críticos.