Na última quarta-feira (8), durante uma coletiva de imprensa em São José do Rio Preto, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, abordou uma série de prisões relacionadas à falsificação e uso de metanol em bebidas alcoólicas. Segundo Derrite, os suspeitos envolvidos no esquema adquiriram etanol de baixa qualidade, o que levanta preocupações sobre a segurança das bebidas comercializadas no estado.
Falsificação de bebidas: um problema crescente
A questão da falsificação de bebidas alcoólicas tem se tornado cada vez mais alarmante em São Paulo. Em 2025, 41 pessoas foram detidas pelo crime de falsificação, mas, segundo o secretário, nenhum deles está associado ao crime organizado. Essa informação busca desmistificar a ideia de que facções criminosas controlam esse esquema. Na verdade, as investigações apontam para a existência de uma rede que opera de forma independente.
Uma força-tarefa para combater a adulteração
O governo paulista formou um gabinete específico para tratar do problema. Derrite destacou que a criação de uma força-tarefa, envolvendo diversas entidades públicas, é uma estratégia fundamental para identificar e combater a circulação de bebidas adulteradas. “É imprescindível que a população esteja ciente dos riscos associados ao consumo de produtos que não seguem as normas de segurança”, alertou.
Durante a mesma coletiva, o secretário revelou que mais de 100 mil garrafas de bebidas adulteradas foram apreendidas em um ponto logístico identificado pela Polícia Civil. Essa descoberta mostra a complexidade da rede envolvida na falsificação, que não se limita apenas à produção, mas também à distribuição em larga escala.
O papel do etanol contaminado
Outro ponto mencionado por Derrite é a facilidade com que o etanol de baixa qualidade pode ser adquirido. De acordo com a Lei 14.292, de 2022, qualquer pessoa possui a liberdade de comprar etanol sem a necessidade de comprovações rigorosas. O que deveria ser um procedimento seguro se transforma em um potencial risco à saúde pública. “Essa abertura para a compra indiscriminada de etanol contribui diretamente para a contaminação das bebidas”, afirmou Derrite.
O secretário enfatizou que o etanol que alimenta o ciclo de falsificação muitas vezes está contaminado, e essa situação gera um cenário dramático que pode afetar a vida de muitos consumidores desavisados. O controle e regulamentação adequados são urgentes para evitar que novos casos semelhantes ocorram.
A resposta das autoridades
Além das apreensões significativas, as autoridades têm intensificado a fiscalização e as campanhas de conscientização sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas. É necessário que os cidadãos estejam equipados com informações sobre como identificar produtos suspeitos e as consequências da ingestão de álcool contaminado.
O cenário é preocupante, uma vez que o uso de metanol – um componente tóxico – em bebidas pode levar a sérios problemas de saúde, incluindo intoxicação e até morte. Derrite expressou sua preocupação com essa questão e reforçou a importância do apoio da comunidade na identificação e denúncia de atividades criminosas.
Impactos na saúde pública
O fenômeno da falsificação de bebidas alcoólicas não é apenas um problema de segurança pública; ele também representa um risco significativo à saúde. O metanol pode causar cegueira, danos ao sistema nervoso e, em alguns casos, ser fatal. Os números crescentes de internações relacionadas a intoxicações alcoólicas destacam a urgência da questão. Com 41 prisões em apenas um ano, o problema parece estar longe de ser resolvido.
Em conclusão, enquanto as investigações continuam, a população deve ser constantemente informada e alertada sobre os perigos das bebidas falsificadas. As autoridades de São Paulo estão mobilizando recursos e adotando medidas rigorosas para tratar essa crise. A segurança do consumidor deve ser uma prioridade, e a prevenção é o melhor caminho para garantir que episódios como este não voltem a ocorrer.