Brasil, 10 de outubro de 2025
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Tarcísio de Freitas é acusado de articulação contra MP do IOF

Parlamentares afirmam que Tarcísio atuou na derrubada da Medida Provisória do IOF, apesar das negativas do governador.

Recentemente, surgiram evidências que indicam que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, pode ter atuado nos bastidores para a derrogação da Medida Provisória (MP) do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Congresso. Enquanto o governador nega qualquer envolvimento, relatos de parlamentares da base indicam o contrário, revelando um cenário político tenso e repleto de disputas.

A ligação que levantou suspeitas

Em uma declaração exclusiva ao jornal O Globo, um deputado paulista afirmou ter recebido uma ligação de Tarcísio poucas horas antes da votação da MP, que acabou não acontecendo. O parlamentar contou que o governador questionou a votação, argumentando que a MP traria mais impostos para a população ao retirar a taxação das apostas e que uma possível aprovação seria prejudicial não apenas para as próximas eleições, mas para o país como um todo.

“Esse foi um movimento claro para mostrar sua força de articulação com o Congresso”, disse o deputado, que preferiu não se identificar. Ele acrescentou que essa estratégia de Tarcísio também teria o intuito de enfraquecer o governo federal liderado por Lula no próximo ano.

Reações variadas entre os parlamentares

Enquanto um parlamentar não recebeu ligação, ele confirmou ter ouvido falar de Tarcísio em conversas informais com líderes partidários. A próxima oportunidade de teste para o governador, segundo ele, será quando a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública for votada.

Em contrapartida, a votação da MP mostrou a divisão no Congresso. Dos 59 votos dos parlamentares de São Paulo, 37 se manifestaram a favor da derrubada da MP. Os partidos de esquerda (PT, PSOL, PCdoB e PSB) se opuseram à retirada da pauta, enquanto MDB e Podemos mostraram-se divididos.

A atuação do Republicanos

Outro ponto de destaque foi a postura do Republicanos, partido presidido pelo deputado federal Marcos Pereira, que é aliado de Tarcísio. Embora Pereira tenha negado qualquer articulação por parte do governador, a divisão de votos nos outros partidos ilustra a complexidade da situação política atual. Deputados dos partidos PP, PSDB e União, que alegaram apoio anteriormente à derrubada da MP, também afirmaram não ter sido procurados por Tarcísio.

Impactos e implicações políticas

Fernando Marangoni, deputado federal do União Brasil, destacou que a decisão do partido foi baseada no entendimento de que a MP se tornara obsoleta após a reversão de parte da derrota do governo no Supremo Tribunal Federal. Essa dinâmica indica que, apesar dos interesses diretos, os parlamentares estão avaliando as consequências políticas das decisões tomadas no Congresso.

O que se vê neste cenário é um possível alinhamento dos interesses políticos de Tarcísio com grupos que se opõem às supracitações ao governo federal, refletindo uma estratégia que busca preservar sua base de apoio em tempos eleitorais. O governador parece não estar disposto a abrir mão da influência política em Brasília, enquanto lida com desafios significativos em seu próprio estado, como a crise do metanol.

Possíveis consequências para o governo federal

Interlocutores de Tarcísio na Câmara respaldam a postura do governador em querer influenciar as decisões em Brasília. Para alguns, essa articulação é uma maneira de minimizar os danos que a derrubada da MP poderia causar à sua imagem, especialmente com as eleições se aproximando. A vitória na votação em questão pode ser vista como uma estratégia de desgaste direcionada ao governo, onde Tarcísio ocupa uma posição de destaque.

Como resultado, a narrativa política que emerge é de um Tarcísio que, mesmo enfrentando oposição, não hesita em se posicionar contra o governo Lula em busca de fortalecer sua própria candidatura presidencial. A implicação disso é um clima de disputa cada vez mais intenso, que pode impactar tanto a atuação do governo quanto a percepção pública sobre as alianças políticas.

Por fim, com a medida provisória do “Brasil Soberano” em pauta, que busca amenizar os efeitos de tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre os exportadores brasileiros, o jogo de poder e articulação destes líderes políticos se mostra crucial para o futuro econômico e social do país.

À medida que novas informações surgem, o cenário político continua a se desenvolver, e a tensão entre os interesses locais e federais pode definir os próximos passos do governador e seu papel na política nacional.

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