A Eletrobras anunciou nesta quinta-feira (9) a venda da usina termelétrica Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para o Grupo J&F, dos irmãos Batista. A operação foi avaliada em R$ 703,5 milhões, contribuindo para o processo de desinvestimento da estatal.
Fim do pacote de 13 térmicas e início de uma nova fase
A usina Santa Cruz foi a última de um grupo de 13 terminais térmicos que tiveram suas vendas anunciadas desde junho do ano passado, totalizando R$ 3,6 bilhões em recursos obtidos. As demais unidades estão localizadas no Amazonas e tiveram suas vendas concluídas em maio deste ano.
Operação marca o encerramento do processo de desinvestimento
Segundo a Eletrobras, a venda da Santa Cruz simboliza o fim do processo de desinvestimento em ativos termelétricos e confirma o compromisso da companhia com uma matriz energética 100% renovável. A meta da empresa é alcançar emissões líquidas zero até 2030, contribuindo para seus objetivos ambientais.
Recebimento do earn-out e impactos financeiros
Além do valor inicial, a empresa mantém o direito ao recebimento de um earn-out, um pagamento adicional de até R$ 1,2 bilhão, atrelado aos resultados futuros do negócio. A Eletrobras informou também que receberá recursos referentes ao caixa gerado entre a assinatura do acordo e a conclusão da venda.
Contexto e estratégias de reestruturação
Antes da venda, a Eletrobras precisou reestruturar suas subsidiárias para separar os ativos e evitar que o comprador assumisse passivos da antiga controlada, Eletronorte. A operação faz parte de uma estratégia do Grupo J&F, que busca ampliar sua presença no Amazonas, integrando geração e distribuição de energia na região.
Capacidade instalada e planos futuros
Somadas, as 13 usinas térmicas possuem capacidade instalada de 2,1 gigawatts (GW), levando o portfólio do grupo para 4,6 GW. O Ministério de Minas e Energia prorrogou, em agosto, a outorga da termoelétrica Santa Cruz até 2035, garantindo continuidade na geração de energia no período.
Perspectivas e impactos
A operação reforça o compromisso da Eletrobras de otimizar seu portfólio e focar na geração de valor e simplificação da estrutura. A estratégia deve facilitar a alocação de capital em fontes renováveis, alinhada às metas ambientais da companhia.
Para o setor, a venda evidencia a transformação da matriz energética brasileira e as novas dinâmicas de mercado, especialmente na Região Norte, onde o controle de geração e distribuição está se consolidando.
Mais detalhes sobre a operação podem ser acessados no site do Globo.