Brasil, 9 de outubro de 2025
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CPI dos pancadões inicia fase com conduções coercitivas

A CPI dos Pancadões em São Paulo avança com medidas coercitivas, buscando esclarecer o impacto dos bailes de rua na cidade.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Pancadões, instaurada na Câmara Municipal de São Paulo para investigar o impacto dos bailes de rua na cidade, está em uma nova fase. Após meses de enfrentamento e falta de comparência de figuras-chave convocadas a depor, o colegiado decidiu adotar medidas de condução coercitiva para garantir a presença dos convidados. O primeiro a ser convocado nessa nova etapa é o funkeiro MC Ryan SP, cuja audiência está marcada para esta quinta-feira.

Convocações e ausências marcam os primeiros meses

No decorrer dos últimos meses, a CPI enfrentou dificuldades devido à ausência de diversos artistas e influenciadores, como Doroth Helena de Sousa Alves, mais conhecida como MC Pipokinha, Fábio Gabriel Araújo (Salvador da Rima) e Samuel Sant’Anna da Costa (Gato Preto). Além deles, Gilliard Santos, filho da advogada Deolane Bezerra, também foi convidado, mas não compareceu ao Palácio Anchieta para depor.

Consequências das ausências para a CPI

Segundo Rubinho Nunes (União Brasil), presidente do colegiado, a evasão dos convocados tem atrasado o progresso da CPI. “Naturalmente, a malandragem de pessoas intimadas a fugir do depoimento atrasa a conclusão da CPI. Felizmente obtivemos a condução coercitiva na Justiça, e esses elementos serão trazidos, mesmo que à força, pela polícia”, afirmou Nunes, demonstrando a urgência da situação.

O vereador Lucas Pavanato (PL), relator do grupo, também se manifestou sobre o cenário. Ele citou “avanços significativos no relatório” mas reconheceu que as ausências têm dificultado o andamento das investigações. “Com a medida de condução coercitiva, acreditamos que o processo deverá avançar com mais rapidez”, acrescentou Pavanato, reforçando a necessidade de esclarecer as questões em pauta.

Críticas à condução coercitiva

Na oposição, a vereadora Amanda Paschoal (PSOL) criticou a estratégia de conduções coercitivas, considerando-a um desperdício de recursos públicos e de segurança. “Com a CPI prorrogada até o ano que vem, os aliados do governo usarão o destaque da comissão como vitrine eleitoral”, avaliou Paschoal, enfatizando que os custos envolvidos têm um impacto significativo no uso de dinheiro público.

Aumento de custos e desvio de foco

A vereadora criticou também a utilização de agentes de segurança para trazer pessoas que, segundo ela, não estão diretamente ligadas aos problemas de segurança sobre os quais a CPI está se debruçando. “Vão gerar deslocamentos e custos adicionais num processo já prorrogado por mais 120 dias”, concluiu, ressaltando as implicações éticas e práticas de tais decisões políticas.

Momentos tensos na CPI

Um dos episódios mais tensos da CPI ocorreu quando Thiago Torres, conhecido como Chavoso da USP, foi ameaçado de prisão pelo presidente da comissão após afirmar que o crime organizado está presente em várias áreas, inclusive na Câmara de São Paulo. Durante a audiência, Nunes exigiu que Torres apontasse os parlamentares envolvidos, mas o professor optou por se manter em silêncio, gerando um clima de tensão no ambiente.

Com a pressão crescente e o acirramento das investigações, a CPI dos Pancadões busca se reestruturar e superar os desafios impostos pelas ausências de convocados. A esperança é que a nova fase traga resultados e esclarecimentos que atendam a sociedade e ajudem a resolver as questões em discussão.

Nos próximos dias, o foco estará em monitorar o desenrolar das audiências e a eventual presença dos artistas que se esquivaram de depor até então. As ações da CPI prometem repercutir não apenas no âmbito político, mas também no cultural, dada a relevância do funk na sociedade brasileira.

A continuidade das investigações e a postura dos convocados serão observadas de perto, uma vez que o destino dos bailes de rua e suas implicações sociais estão em jogo. A pressão para que a CPI cumpra seu papel e consiga elucidar as questões levantadas permanece alta, refletindo o interesse da população pelo desfecho da situação.

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