A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deu um passo significativo nesta quinta-feira ao aprovar a convocação do advogado Eric Fidelis, filho do ex-diretor de benefícios André Fidelis, que está sob investigação por suposto envolvimento em um esquema bilionário de fraudes que afetaram aposentados e pensionistas. Este movimento marca um desenvolvimento importante nas investigações em andamento, que buscam elucidar um dos maiores escândalos envolvendo o sistema previdenciário do Brasil.
Investigação e suspeitas envolvendo o advogado
A Polícia Federal (PF) suspeita que o escritório de advocacia de Eric Fidelis tenha sido utilizado como um canal para receber propinas do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, que é descrito como uma figura central neste esquema fraudulento. A conexão entre o advogado e as fraudes foi um impulso para que a CPI decidisse convocá-lo a depor, com a esperança de esclarecer detalhes sobre o funcionamento do suposto esquema.
Quebra de sigilos e mandados de busca
Além da convocação de Eric, a comissão também aprovou a quebra de sigilos de alguns dirigentes do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Entre os alvos estão Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, a esposa dele, Daugliesi Souza, e o ex-presidente João Batista Inocentini, que faleceu em 2023. Essa quebra de sigilos visa aprofundar as investigações e revelar possíveis conexões com as irregularidades investigadas.
Milton Cavalo, que foi interrogado durante a sessão da CPI, foi alvo de mandados de busca e apreensão realizados pela Polícia Federal na mesma manhã. A defesa do presidente do Sindnapi alegou que ele estava “sem condições psicológicas” para responder às perguntas dos parlamentares, justificando a sua falta de clareza e a ansiedade em um momento delicado de sua trajetória.
Repercussão e defesa dos sindicalistas
A defesa do Sindnapi se manifestou em nota, expressando surpresa e repúdio em relação à operação da PF e as suspeitas levantadas em relação à instituição. Segundo eles, a entidade não teve acesso aos documentos que fundamentam a investigação e reafirmaram seu compromisso em demonstrar a lisura de suas ações.
A comissão também rejeitou um pedido de quebra de sigilos do advogado Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, com um placar de 17 votos a 13. Boudens aparece como beneficiário de um repasse de R$ 3 milhões da empresa Arpar Participações, que, segundo a PF, teria sido usada como uma “conta de passagem” por Antunes, levantando ainda mais questões sobre a transparência e a ética no sistema político e previdenciário.
Contexto das investigações na CPI do INSS
As investigações da CPI do INSS têm como objetivo não apenas desvendar a trama de fraudes que aparentemente envolve milhões de reais desviados, mas também restaurar a confiança da população no sistema previdenciário brasileiro. O escândalo tem gerado uma onda de descontentamento entre beneficiários de aposentadorias e pensões, que se sentem diretamente afetados por tais irregularidades. O impacto dessas investigações é amplo, uma vez que envolve desde a administração pública até a defesa dos direitos dos cidadãos que dependem do sistema previdenciário para sobreviver.
No cenário atual, a CPI do INSS se torna um espaço crucial para que a verdade venha à tona e que os culpados sejam responsabilizados. A convocação de Eric Fidelis e a quebra de sigilos de outros dirigentes simbolizam um esforço mais amplo para investigar e eventualmente corrigir práticas que fragilizaram o sistema previdenciário do Brasil.
É fundamental acompanhar o desenrolar dessa CPI, que não apenas busca revelar a verdade sobre as denúncias, mas que também tem um papel importante na promoção de mudanças significativas que possam evitar que fraudes desse tipo voltem a ocorrer no futuro.