Brasil, 10 de outubro de 2025
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Carla Zambelli anuncia greve de fome após decisão da Justiça italiana

A deputada federal Carla Zambelli informa que fará greve de fome após a Justiça da Itália decidir pela prorrogação de sua prisão.

Em uma drástica medida de protesto, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou que iniciará uma greve de fome após a Justiça da Itália negar o recurso de sua defesa. A decisão, tomada na quarta-feira, mantém Zambelli presa em regime fechado enquanto aguarda o processo de extradição para o Brasil. A parlamentar afirma que essa decisão é injusta e fundamentada em provas frágeis, referindo-se ao juiz brasileiro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi recentemente sancionado pelo presidente Donald Trump.

O contexto da prisão e as alegações de Zambelli

Carla Zambelli alega ser uma “vítima de uma perseguição política” e sustenta que houve uma “pressão” do governo brasileiro sobre o ministro italiano Carlo Nordio, que teria influenciado a decisão. Em sua carta, Zambelli menciona as redes sociais para propagar suas críticas, afirmando que a confiança do ministro italiano no sistema judiciário brasileiro está equivocada. Ela questiona o alinhamento do governo italiano, que segundo ela, está ao lado de regimes polêmicos, como o do Irã, e menciona a recusa do governo italiano em extraditar Cesare Battisti, mesmo este não sendo brasileiro.

A greve de fome, segundo ela, é uma forma de resistência e busca chamar a atenção para o que considera uma injustiça. “Se o governo fez pressão, a greve de fome também fará”, enfatiza, demonstrando a determinação em reverter a situação adversa.

Fim da licença na Câmara dos Deputados

A licença parlamentar de 127 dias de Zambelli terminou na semana passada, após ela deixar o Brasil devido a uma condenação a dez anos de prisão imposta em maio pelo STF. Durante esse período, ela se afastou para “tratar da saúde”. Entretanto, com o término da licença, que não é prorrogável segundo as regras da Câmara dos Deputados, a deputada deveria retomar seu cargo, ocupando a vaga do suplente Coronel Tadeu. Entretanto, como continua presa na Itália, Zambelli acumulará faltas, e há medo de que essa situação leve à perda de seu mandato.

Possibilidade de cassação de mandato

O regimento da Câmara estabelece que a perda do mandato pode ocorrer caso o parlamentar acumule ausências injustificadas que ultrapassem mais de um terço das sessões anuais. Zambelli já enfrenta um pedido de cassação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sendo que até seus aliados no PL mostram ceticismo quanto à sua possibilidade de escapar da punição.

Além disso, o STF já solicitou à Itália a extradição da deputada, e de acordo com o colunista Lauro Jardim, a Procuradoria do país deverá se manifestar até o final de outubro. Enquanto isso, Zambelli continua enfrentando processos e condenações, inclusive por porte ilegal de arma. Em um incidente notório, a deputada foi condenada a cinco anos e três meses de prisão após perseguir um homem armado na véspera do segundo turno das eleições de 2022 em São Paulo.

As repercussões de sua prisão

A prisão de Zambelli não só gerou um intenso debate político, mas também impactou diretamente a imagem que a deputada tinha entre seus apoiadores. As imagens da perseguição com a arma de fogo foram amplamente divulgadas, e Jair Bolsonaro chegou a atribuir sua derrota nas urnas à antiga aliada, que se distanciou dele após o episódio. A decisão do STF rejeitou a defesa de legítima defesa, pois a vítima estava desarmada e procurava se afastar da parlamentar.

A situação de Zambelli traz à tona muitas questões sobre o uso do poder legislativo em tempos de crise política, a relação entre os poderes judiciário e legislativo, e a liberdade de expressão no Brasil. Enquanto aguarda a decisão da Justiça italiana, a deputado parece decidida a lutar contra o que considera uma injustiça, intensificando ainda mais a fervorosa polarização política vigente no país.

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