Brasil, 25 de dezembro de 2025
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Banco Central nega compra do Banco Master pelo BRB

A operação foi barrada por falta de documentos que comprovassem a viabilidade econômico-financeira, segundo decisão do Banco Central.

A aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) sofreu um revés significativo, pois foi negada pelo Banco Central do Brasil. A decisão, obtida pelo portal g1 nesta quinta-feira (9), foi baseada na ausência de documentos que comprovassem a viabilidade econômico-financeira da operação.

O contexto da negociação entre BRB e Banco Master

A negociação entre o BRB e o Banco Master foi anunciada em março, mas a barragem da aquisição só ocorreu em setembro, mais de cinco meses depois. O Banco Central não apenas comunicou o resultado da decisão, mas também a revelou como unânime entre os seus diretores, o que mostra uma forte posição da instituição em sua análise.

Os diretores do Banco Central determinaram que o pedido de autorização da compra não atendia a todos os requisitos necessários, especialmente no que se refere à “viabilidade econômico-financeira do empreendimento”. Esta questão levantou preocupações a respeito da solidez e dos planos futuros do Banco Master.

Determinantes para a negativa

Vale ressaltar que a aprovação do Banco Central era o último passo necessário para a conclusão do negócio. Antes disso, a operação já havia recebido aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em junho e da Câmara Legislativa do Distrito Federal, que rapidamente sancionou uma lei autorizando a compra, com o apoio do governador do DF, Ibaneis Rocha.

A proposta inicial previa que o BRB, que é uma sociedade de capital controlada majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, adquirisse uma porcentagem significativa das ações do Banco Master: 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total.

As preocupações em relação ao Banco Master

Nos últimos anos, o Banco Master tem se destacado no mercado, mas não sem controvérsias. Sua estratégia de captação de recursos foi considerada arriscada por vários analistas financeiros, uma vez que o banco oferecia Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxas significativamente superiores às oferecidas por outras instituições. Esta prática atraiu investidores com a promessa de segurança por meio do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

O FGC é responsável por garantir até R$ 250 mil por investidor em caso de falência de alguma instituição associada, oferecendo uma camada de segurança que ajudou o Banco Master a atrair mais recursos. Contudo, essa estratégia levantou questões sobre a saúde financeira da instituição e seu modelo de negócio, que inclui investimentos de alto risco em ativos de baixa liquidez.

Transparência e sigilo na decisão do Banco Central

Após o anúncio da negativa, o g1 fez um pedido de acesso à informação, buscando entender melhor os motivos que levaram a essa decisão. No entanto, o Banco Central não divulgou a íntegra dos pareceres que embasaram a sua decisão, alegando que se tratava de documentos que continham dados sigilosos, incluindo informações patrimoniais e contábeis do Banco Master, além de dados pessoais e estratégicos.

A justificativa do Banco Central chamou a atenção para a importância de que todas as partes interessadas cumpram as exigências que envolvem a capacidade econômico-financeira dos controladores e a viabilidade do empreendimento. Além disso, a atuação do Banco Master tem preocupada o mercado, e a nova regulamentação do FGC, prevista para entrar em vigor em junho de 2026, busca mitigar riscos associados a instituições que adotam estratégias de captação excessivamente alavancadas.

Com a negativa da compra, o futuro do Banco Master está agora em xeque, enquanto o BRB busca caminhos para essa transação que, até o momento, demonstrou não estar respaldada pela solidez necessária segundo as análises do Banco Central.

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