Após sua apresentação no Festival de Comédia de Riyadh e durante a divulgação de seu novo filme, *Good Fortune*, Aziz Ansari foi questionado por Jimmy Kimmel sobre sua presença no evento. O festival, apoiado pelo governo saudita, gerou forte repercussão devido às restrições de liberdade de expressão e às violações de direitos humanos, incluindo a recente execução de um jornalista.
Aziz Ansari justifica sua participação na controversa festa de comédia
No programa de Kimmel, o comediante explicou que conversou com sua tia, que vivenciou a realidade do país, e que ela afirmou que muitas pessoas lá discordam das ações do governo. “Ela disse que há pessoas que não apoiam as atitudes do Estado, assim como há nos Estados Unidos,” afirmou Ansari. Ele ressaltou que sua intenção era promover um diálogo e que a comédia pode ser uma ponte para mudanças.
Durante a entrevista, Ansari também mencionou que, antes de aceitar o convite, decidiu que uma parte do cachet da apresentação seria destinada a organizações que lutam pelo livre acesso à informação e pelos direitos humanos, como Repórteres Sem Fronteiras e Human Rights Watch. Ele destacou que a atitude visa ampliar a discussão sobre a liberdade de expressão.
Criticismo e o papel do festival na política saudita
Diversos artistas, como Pete Davidson, Bill Burr e Dave Chappelle, também enfrentaram forte repercussão por participarem do festival, que é financiado pelo governo saudita, robusteando a imagem do regime na esfera internacional. Segundo BuzzFeed, os comediantes tiveram de seguir regras restritivas, impedidos de fazer piadas negativas sobre o país, sua realeza ou religiões.
Organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch, afirmam que o evento busca apenas encobrir as violações de direitos humanos na Arábia Saudita, incluindo o agravamento da repressão à liberdade de expressão e a execução de jornalistas, como Jamal Khashoggi, em 2018.
Engajamento de Aziz Ansari e reflexões sobre o país
Ansari comentou que sua presença na festa foi uma tentativa de abrir espaço para diálogo em uma sociedade jovem e em transformação. “A ideia de um festival de comédia é justamente incentivar a reflexão e a troca de ideias,” declarou. “Se soubemos usar essa oportunidade para promover causas, acho que conseguimos contribuir de forma positiva.”
Ele também afirmou que, antes de viajar, discutiu com sua esposa a importância de apoiar organizações que lutam por liberdade de imprensa e direitos civis. “Queremos que nossa participação ajude a gerar pressão por mudanças reais,” disse, reforçando seu compromisso com o ativismo social.
Segundo Joey Shea, pesquisador da Human Rights Watch, o grupo não pediu o boicote do festival, mas que os artistas apoiem publicamente a liberação de ativistas presos injustamente na Arábia Saudita. Ansari declarou que está considerando doar parte de seu cachet para essas causas no futuro.
Para assistir à entrevista completa, acesse este link.