Brasil, 8 de outubro de 2025
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Trump retoma negociações para paz em Gaza após massacre

Após o massacre de 7 de outubro, Trump retomou negociações em Sharm el-Sheikh com foco na paz em Gaza e liberação de reféns.

As discussões em Sharm el-Sheikh, no Egito, sobre o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar a guerra em Gaza foram retomadas na terça-feira, exatamente dois anos após o massacre de 7 de outubro. Enquanto autoridades israelenses declararam que as conversas se limitariam a apenas alguns dias, ainda não está claro qual o cronograma definido para a atual rodada de negociações, que ocorrem sob a ameaça de que os combates possam recomeçar se as discussões falharem. Estimativas sugerem que as negociações possam continuar por mais alguns dias.

Detalhes das negociações e desafios enfrentados

Entre um dos principais pontos da proposta de Trump, está a exigência de que o Hamas libere todos os 48 reféns—tanto vivos quanto mortos—em até 72 horas, enquanto as Forças de Defesa de Israel (IDF) retirariam-se simultaneamente para a chamada “linha amarela”. No entanto, autoridades do Hamas afirmam que não concordarão em liberar todos os prisioneiros antes da retirada total de Israel.

Trump expressou forte otimismo na noite de terça-feira, afirmando que há “uma possibilidade de que pudéssemos ter paz no Oriente Médio” e que uma equipe adicional se juntaria às negociações. Ao lado do Primeiro-Ministro canadense Mark Carney, Trump mencionou que também discutiriam Gaza, afirmando: “Uma vez que o acordo de Gaza aconteça, faremos tudo o que pudermos para garantir que todos sigam o acordo.”

Enquanto isso, uma fonte política israelense afirmou que após um dia de consultas, o enviado dos EUA, Steve Witkoff, deve chegar a Sharm el-Sheikh na quarta-feira, juntamente com o genro de Trump, Jared Kushner. O Ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, também deve comparecer. A fonte mencionou um “otimismo cauteloso”, dizendo que as negociações estão progredindo, mas “devemos ser muito cuidadosos, pois o Hamas pode levantar obstáculos ou retroceder a qualquer momento.”

Expectativa de um acordo e envolvimento regional

O otimismo não se limita ao Egito; estende-se também a Washington. Enquanto as equipes negociadoras israelenses e do Hamas se reuniram com mediadores em Sharm el-Sheikh, Trump reiterou sua confiança de que um acordo poderia ser alcançado para libertar todos os reféns em Gaza e encerrar a guerra. Conversando com repórteres no Salão Oval, o presidente mencionou que acredita que um avanço está próximo, oferecendo uma sensação de forte impulso em direção a um acordo.

Trump também destacou que Washington recebeu sinais encorajadores do Irã sobre o fim da guerra. Ele afirmou que um amplo apoio regional está se formando atrás do esforço, chamando isso de sem precedentes e dizendo que se estende “além de Gaza”, em direção a uma paz mais ampla no Oriente Médio. O presidente elogiou o papel do presidente turco Recep Tayyip Erdoğan, descrevendo-o como um líder determinado respeitado pelo Hamas, Catar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

No entanto, as autoridades israelenses alocaram apenas alguns dias para as negociações que começaram na segunda-feira, e caso não ocorra um avanço, espera-se que os combates reencetem. O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu instruiu a delegação israelense a não permitir que o Hamas desviasse do plano de Trump ou do mapa de retirada anexado, nem a reabrir questões que Israel já havia concordado.

Possibilidades de obstáculos e avanço nas discussões

No dia seguinte, fontes informaram que o Hamas insiste em uma cessação total das hostilidades antes da liberação dos reféns. As discussões continuaram, mas ainda há lacunas significativas a serem resolvidas. Em meio a esse cenário, o canal árabe Al Ghad relatou que as negociações do segundo dia terminaram após cerca de cinco horas, com a discussão de pontos controversos adiada para o dia seguinte.

Fontes do canal Al Araby, do Catar, também revelaram que delegações do Catar e da Turquia chegariam a Sharm el-Sheikh para se juntarem às negociações. O Hamas, segundo elas, demanda que Israel apresente um cronograma claro para a retirada completa da Faixa de Gaza e forneça garantias quanto à implementação do acordo uma vez que a primeira fase seja concluída. Eles enfatizaram que a segunda fase das negociações se concentraria na revisão dos mapas do plano de retirada de Israel.

Com negociações ainda em estágios iniciais de coordenação técnica, espera-se que a intensidade aumente uma vez que mais enviados dos EUA se juntem. O ministro de Assuntos Estratégicos, Dermer, deve chegar ao Egito logo nos próximos dias. Caso não ocorra um acordo, mediadores americanos poderão apresentar uma proposta de compromisso final.

A atmosfera entre os oficiais israelenses é descrita como otimista cauteloso, destacando o que chamam de “determinação extraordinária” dos americanos e mediadores, mas a incerteza sobre as intenções do Hamas ainda persiste. A presença de uma perspectiva de pressão sobre o Hamas para não sabotar a oportunidade traz esperanças perante o complicado contexto de acordo.

Os próximos dias serão cruciais para determinar se o caminho para um cessar-fogo e paz duradoura pode ser alcançado.

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