Brasil, 8 de outubro de 2025
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Produção de veículos no Brasil cai 1,5% em maio, mas acumula alta de 6% no ano

A produção automotiva brasileira diminuiu 1,5% em maio, totalizando 243,4 mil veículos, contudo, registra crescimento de 6% no acumulado de 2025

A produção de veículos no Brasil caiu 1,5% em maio, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (5) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram fabricadas 243,4 mil unidades no mês passado, em comparação com as 247 mil de agosto, mas o setor mantém uma alta de 6% no acumulado do ano, com 1,98 milhão de veículos produzidos até maio.

Fatores que impactam a produção automotiva brasileira

Para Igor Calvet, presidente da Anfavea, a queda na produção de maio reflete, principalmente, a paralisação do setor devido às enchentes em setembro de 2024 no Rio Grande do Sul, além de fatores econômicos, como a taxa básica de juros (Selic) mantida em 15%, que restringe as operações do setor. “Apesar disso, atingimos, nesta semana, a marca de 2 milhões de veículos produzidos no Brasil este ano, um marco que geralmente só é alcançado na segunda quinzena de outubro”, afirmou Calvet.

Outro fator que tem afetado o setor são as quedas na produção e emplacamentos de caminhões, o que tem limitado o crescimento no segmento de veículos pesados, uma das principais categorias de exportação do Brasil.

Desempenho dos veículos leves e comerciais leves

Na categoria de veículos leves, que inclui automóveis de passeio, a produção recuou 5,7% em setembro na comparação com agosto — uma redução de cerca de 11 mil unidades. No entanto, o acumulado do ano mostra crescimento de 6,9%, passando de 1,4 milhão em 2024 para 1,49 milhão até maio de 2025.

Já no segmento de comerciais leves, como Fiat Strada e Ford Ranger, a produção teve alta de 4,9% de janeiro a setembro, totalizando 369,8 mil unidades, contra 352,6 mil no mesmo período de 2024. Em setembro, foram produzidas aproximadamente 47,3 mil unidades, aumento de 18,1% em relação a setembro de 2024.

Importação e preferência por veículos eletrificados

Segundo Calvet, as importações de veículos cresceram 10,8% no acumulado do ano, atingindo 351 mil unidades de janeiro a setembro de 2025, contra 316 mil no mesmo período de 2024. A preocupação maior, aponta a Anfavea, é com o aumento dessas importações, impulsionado por montadoras como BYD e GWM, diante de possibilidades de elevação das tarifas de importação.

Por outro lado, o brasileiro vem preferindo cada vez mais veículos eletrificados, com sinais de crescimento nos segmentos de híbridos e híbridos plug-in. Entre setembro de 2024 e 2025, as vendas desses modelos cresceram significativamente: elétricos de 4.710 para 8.195 unidades; híbridos de 3.847 para 11.564; e híbridos plug-in de 4.783 para 7.386 unidades.

Posição dos principais players no mercado de exportação

Os principais países exportadores de carros para o Brasil em 2025 foram Argentina, China, México, Alemanha, Uruguai e Tailândia. Destes, a China apresentou destaque com aumento de 51,2%, totalizando 123.482 unidades, enquanto a Argentina teve recuo de 1,3% na comparação com 2024, totalizando 150.252 veículos.

Exportações e perspectivas para o setor

Embora as exportações de setembro tenham recuado 8% em relação ao mês anterior, o desempenho de longo prazo é mais positivo, com aumento de 26,2% na comparação com setembro de 2024. Nos primeiros nove meses do ano, as exportações cresceram 51,6%, atingindo 416.124 veículos exportados.

O maior mercado de destino continua sendo a Argentina, com 252.527 veículos, mas com crescimento expressivo de 130,6% na comparação com o ano passado. Outros mercados importantes incluem Colômbia, Chile e México, que também apresentaram variações relevantes.

A indústria automotiva brasileira, embora enfrente desafios de curto prazo relacionados às condições econômicas e à dinâmica do mercado internacional, permanece otimista com o crescimento de segmentos específicos e a preferência por veículos eletrificados, fatores que podem impulsionar a retomada mais robusta da produção nos próximos meses.

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