A NCAA (National Collegiate Athletic Association) deu um passo significativo na quarta-feira, ao aprovar a possibilidade de atletas e funcionários dos departamentos atléticos apostarem em esportes profissionais. Esta mudança, proposta pelo Comitê Administrativo da Divisão I, ainda precisa ser aprovada pelas Divisões II e III antes de entrar em vigor, com uma data possivelmente marcada para 1º de novembro.
Uma mudança polêmica e necessária
Josh Whitman, diretor atlético da Universidade de Illinois e presidente do comitê, destacou que a discussão foi marcada por preocupações sobre os riscos associados às apostas esportivas. “O comitê foi claro em sua discussão que continua preocupado com os riscos associados a todas as formas de apostas esportivas, mas, em última análise, votou para reduzir restrições sobre atletas estudantes nessa área para se alinhar melhor aos seus colegas em campo”, afirmou Whitman. Essa mudança visa proteger a integridade dos jogos universitários, enquanto promove hábitos saudáveis entre os atletas que optam por participar de atividades de apostas em esportes profissionais.
As regras permanecem rigorosas
É fundamental notar que essa nova diretriz não altera a regra anteriormente existente, que proíbe que os atletas apostem em competições de esportes universitários. Além disso, a NCAA continua a proibir que informações sobre competições universitárias sejam compartilhadas com apostadores, bem como a publicidade e patrocínios de campeonatos da NCAA por sites de apostas. Isso demonstra uma tentativa de equacionar a nova proposta com a necessidade de manter a integridade esportiva nas competições universitárias.
A posição da NCAA sobre as apostas
Mesmo com essa possível mudança, a NCAA enfatiza que não apoia a prática de apostas esportivas, principalmente para atletas estudantes. Tim Sands, presidente da Universidade Virginia Tech e membro do conselho da NCAA, afirmou: “Membros da Divisão I estão trabalhando ativamente para desregulamentar as regras da NCAA quando possível, e o Conselho de Diretores da Divisão I continua focado em preservar regras que falem diretamente sobre a equidade das competições esportivas universitárias e o sucesso acadêmico dos atletas”.
Ele acrescentou que, embora os membros da NCAA não incentivem os atletas estudantes a se envolverem em comportamentos de apostas esportivas, é o momento certo para modernizar essas regras, removendo proibições relacionadas a apostas em esportes profissionais e focando em estratégias de redução de danos para comportamentos que não impactam diretamente os esportes universitários.
Aumento de violações relacionadas a apostas
Essa mudança acontece em um cenário onde os casos de infrações relacionadas a apostas esportivas aumentaram nos últimos anos. Recentemente, a NCAA baniu três jogadores da equipe de basquete masculino de universidades por apostarem em suas próprias partidas, onde foram capazes de compartilhar milhares de dólares em ganhos. Os jogadores Mykell Robinson, Steven Vasquez e Jalen Weaver apostaram em jogos entre si e/ou forneceram informações que possibilitaram que outros fizessem o mesmo durante a temporada regular de 2024-25. A elegibilidade deles foi revogada permanentemente, mostrando que a NCAA permanece firme em sua posição de coibir a corrupção nos esportes universitários.
O que o futuro reserva?
Com a possibilidade de liberação das apostas em esportes profissionais, a NCAA pode estar se movendo em uma direção que a alinha com as demandas da sociedade contemporânea e as realidades do mundo do esporte. As pressões para a desregulamentação e a modernização das regras refletem a evolução do ambiente esportivo e a necessidade de proteger seus atletas, enquanto ainda se mantém a integridade das competições.
Conforme essa proposta avança, será crucial observar como as divisões II e III respondem a essas mudanças e como as questões éticas e de integridade continuarão a ser abordadas no contexto do esporte universitário.
Para mais informações sobre o mundo das apostas esportivas na NCAA, você pode visitar a seção de esportes universitários da AP News.
