Brasil, 8 de outubro de 2025
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EUA revisam postura em relação ao Brasil antes de encontro com Lula e Trump

Washington sinaliza uma mudança de tom com o Brasil, após anos de pressão, em preparação para encontro entre Lula e Trump na Malásia

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que os Estados Unidos estão ajustando sua postura diplomática com o Brasil, buscando um diálogo mais pragmático. A confirmação dessa tendência depende do encontro presencial entre Lula e Donald Trump previsto para ocorrer na Malásia.

Nova fase na relação Brasil-EUA

O sinal de mudança ganhou força após uma conversa telefônica entre Lula e Trump na manhã de última segunda-feira. O ex-presidente americano havia indicado uma possível alteração de postura da Casa Branca durante sua rápida reunião com Lula na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, uma semana antes.

Política de pressão e suas limitações

Interlocutores do governo brasileiro afirmam que a política de pressão exercida pelos EUA não trouxe os resultados esperados. Apesar disso, mantêm cautela e aguardam novas conversas entre autoridades dos dois países, com o intuito de evitar qualquer escalada de tensões.

Razões por trás da mudança de tom dos EUA

Segundo analistas e especialistas, a mudança do discurso de Washington estaria relacionada a dois fatores principais. O primeiro é que o comércio exterior brasileiro resistiu sem grandes abalos, enquanto as instituições políticas, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF, seguiram atuantes e Lula mantém alta popularidade, mesmo diante de crises econômicas.

O segundo é o receio de que o afastamento dos EUA possa levar o Brasil a um maior alinhamento com rivais tradicionais, como China e Rússia.

Diplomacia brasileira e o papel de Trump

Dawisson Belém Lopes, professor de Política Internacional da UFMG, destaca que Washington vinha adotando uma postura dura contra o Brasil, marcada por sanções e restrições. Agora, essa estratégia parece estar sendo substituída por uma abordagem “mais branda”, com foco no diálogo. Lopes explica que a estratégia de Donald Trump, ao reduzir a dureza, visa evitar a maior aproximação brasileira com demais potências rivais.

O que os EUA realmente querem do Brasil?

José Alfredo Graça Lima, embaixador e especialista em Relações Internacionais, avalia que os EUA têm clara sua intenção de influência, mas o Brasil ainda busca entender exatamente as demandas americanas. “Os EUA sabem o que querem, mas o Brasil não”, questiona o diplomata, indicando que as próximas negociações deverão esclarecer esses interesses.

Temas estratégicos na agenda bilateral

Nos bastidores de Brasília, observa-se que enquanto o Brasil busca o fim de sanções e tarifas, Washington demonstra interesse em recursos estratégicos, como minerais críticos, além de questões relacionadas às plataformas digitais.

Assessores de Lula reafirmam que o foco é evitar uma escalada de tensões e manter o fluxo de negociações abertas, especialmente na área econômica e de interesses estratégicos.

Perspectivas para o futuro nas relações EUA-Brasil

Para o professor Lucas Martins, especialista em História Americana, o momento é favorável ao Brasil, pois o componente ideológico que dificultava avanços foi superado. Ele destaca que o Brasil reencontrou sua condição de parceiro comercial predominante na América do Sul frente aos EUA.

Martins reforça que as relações entre os dois países, muitas vezes marcadas por laços históricos e empresariais, tendem a se fortalecer, independentemente das diferenças ideológicas.

Segundo ele, “Estamos de volta à normalidade e discutindo relações comerciais com os Estados Unidos”.

Fonte: O Globo

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