Em uma decisão que promete movimentar o cenário político brasileiro, o ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou que ficará no governo de Lula, mesmo que isso signifique um afastamento do União Brasil, partido que deu a ele um ultimato para deixar a administração até o último dia 19. Advocando por sua permanência, Sabino, que é também pré-candidato ao Senado Federal, recebeu a promessa do presidente Lula de apoio nas eleições de 2026. Contudo, ele agora se encontra em uma busca desafiante por um novo partido.
A situação complicada de Sabino
Como relatado pelo jornal O GLOBO, o ministro chegou a entregar uma carta de demissão ao presidente no último dia 26, mas decidiu, em última instância, permanecer na pasta. A medida ocorre em meio a um processo de expulsão do União Brasil, que se ressentiu por ele não ter respeitado as orientações para deixar o governo do PT dentro do prazo definido pela liderança do partido.
Sabino, que continua licenciado de seu mandato como deputado federal pelo Pará, tem manifestado a seus aliados que prefere aproveitar as oportunidades que surgirão com a realização da COP30 em Belém, no próximo mês, e o tradicional Círio de Nazaré, que ocorrerá neste final de semana. Essas ocasiões não apenas elevarão sua visibilidade, como também lhe permitirão controlar recursos significativos em emendas até a data de desincompatibilização, em março do próximo ano.
Desafios na busca por um novo partido
Entretanto, a permanência de Sabino no governo traz à tona a necessidade de encontrar uma nova legenda para sua candidatura ao Senado. O MDB, o maior aliado do governo no Pará, já possui uma chapa composta e não demonstra interesse em incluir mais um candidato ao Senado na corrida de 2026. A situação torna-se mais difícil, uma vez que a janela para troca de partidos sem infringir a fidelidade partidária se aproxima, e as alianças entre partidos estão em plena negociação.
Apesar de algumas opções, como a filiação ao PSB, que também está alinhado com o governo, a possibilidade de sucesso dependerá da disposição do presidente nacional do PSB, João Campos, em apoiar sua candidatura. Campos e o grupo político de Helder Barbalho, atual governador do Pará, têm uma relação próxima, o que pode complicar ainda mais as coisas para Sabino.
Cenário político no Pará
Sabino enfrenta um ambiente político competitivo no Pará, onde Helder Barbalho se prepara para concorrer a uma das duas vagas no Senado. Barbalho, que não pode disputar a reeleição, deve renunciar ao cargo em março de 2026, possibilitando que sua vice, Hana Ghassan (MDB), assuma o governo e busque a reeleição.
Além disso, a Assembleia Legislativa do Pará está em busca de fortalecer sua chapa, e Sabino não tem garantias de espaço, nem mesmo para tentar se reeleger na Câmara dos Deputados, pois o foco do grupo político é a candidatura do ministro das Cidades, Jader Filho, em um cenário já saturado.
Perspectivas futuras
Embora a eleição para o Senado aconteça no ano que vem, o tempo pode ser um fator determinante. Quanto mais tardar em decidir pela troca de partido, mais difícil será para Sabino encontrar uma legenda que tenha chances competitivas na corrida ao Senado. A pressão política e a necessidade de definição de estratégias para a campanha tornam a situação ainda mais angustiante.
Com a pressão para se consolidar em um novo partido e organizar sua candidatura ao Senado, Celso Sabino continua a navegar por um mar de incertezas. A decisão de permanecer em um governo em meio a turbulências políticas e a busca por uma nova sigla revelam os desafios que enfrentará nos próximos meses.