Brasil, 8 de outubro de 2025
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CCJ da Câmara suspende ação penal no STF contra deputado Gayer

A Comissão de Constituição e Justiça decidiu suspender a tramitação da ação penal contra Gustavo Gayer, que agora aguarda decisão do plenário.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados tomou uma decisão controversa. Em uma votação simbólica, os membros da comissão decidiram suspender a tramitação de uma ação penal que estava em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer, do PL de Goiás. A decisão agora passa a ser analisada pelo plenário da Câmara, que terá a palavra final sobre o caso.

A origem da ação penal contra Gustavo Gayer

A ação foi proposta pelo senador licenciado Vanderlan Cardoso, do PSD de Goiás, após a divulgação de um vídeo no Instagram em fevereiro de 2023. No material, Gayer criticou de forma contundente Vanderlan, além de atacar o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o atual presidente, Davi Alcolumbre. Gayer também direcionou suas críticas ao STF, gerando polêmica e repercussão negativa nas esferas política e jurídica.

Justificativas para a suspensão da ação penal

O pedido para a sustação da ação foi feito pelo PL, partido ao qual Gayer é filiado, com respaldo na Constituição Federal. O documento afirma que somente a Câmara dos Deputados tem competência exclusiva para decidir sobre a suspensão de ações penais que envolvam seus membros, quando estas são promovidas a partir de iniciativa de um partido representado na Casa.

O relator da CCJ, deputado Zé Haroldo Cathedral, do PSD de Roraima, usou de argumentos que enfatizam a proteção da liberdade de expressão, assegurada pela Constituição aos parlamentares. De acordo com Cathedral, não foram apresentados elementos que comprovassem as práticas de crimes de injúria, calúnia e difamação no discurso de Gayer.

A proteção da liberdade de expressão dos parlamentares

Em sua fala, o relator destacou que, embora as críticas proferidas por Gayer tenham utilizado uma linguagem inadequada e grosseira, elas estão cobertas pela inviolabilidade parlamentar. “As críticas de Gayer foram em linguagem inadequada, grosseira e deselegante, porém protegidas pela inviolabilidade. Caso se compreenda que a conduta é censurável, o remédio é a responsabilização ético-disciplinar”, defendeu Zé Haroldo Cathedral durante a apresentação do relatório.

Seguimento do processo no STF

Apesar da decisão da CCJ, a queixa-crime apresentada por Vanderlan Cardoso foi recebida pela Primeira Turma do STF, e, por conta disso, Gustavo Gayer se tornou réu. O processo segue sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que está na fase de alegações finais. A expectativa agora é se o plenário da Câmara decidirá manter a suspensão da ação penal ou permitirá que esta prossiga, levando a um desfecho judicial.

Impacto e repercussão na política brasileira

A decisão da CCJ é uma nova demonstração da polarização que reina na política brasileira, onde questões envolvendo a liberdade de expressão frequentemente esbarram em deliberações judiciais e políticas delicadas. O desfecho deste caso poderá influenciar outras situações similares no cenário político do país. Para muitos, essa decisão pode ser vista como uma vitória para a liberdade de expressão dos parlamentares, enquanto outros enxergam como uma proteção a comportamentos inadequados e que ferem a ética no trato da política.

O caso também acrescenta mais um capítulo à tensão existente entre o legislativo e o judiciário no Brasil, abrindo o debate sobre os limites do discurso político e as consequências que ele pode acarretar.

O plenário da Câmara, que ainda não tem uma data definida para discutir a decisão da CCJ, será o próximo palco onde a questão deverá ser enfrentada, e o resultado poderá ter implicações tanto para Gayer quanto para o equilíbrio das relações entre os poderes.

Diretores de partidos e analistas políticos estão atentos a esse desdobramento, já que a decisão pode impactar não apenas a carreira de Gayer, mas também o cenário eleitoral em Goiás e as relações políticas em nível nacional. Com um tema tão delicado em jogo, a expectativa agora gira entorno de como os parlamentares irão se posicionar em relação à sustentação da ação penal no STF contra um de seus pares.

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