O Carrefour anunciou nesta quarta-feira (8) que está em processo de venda de suas aproximadamente 700 lojas na Argentina, como parte de uma reestruturação global. A medida visa focar investimentos em mercados considerados mais estáveis, como Brasil, França e Espanha, informou a companhia francesa.
Venda das lojas argentinas e estratégias de desinvestimento
Para avaliar e identificar potenciais compradores, o Carrefour contratou o Deutsche Bank. As ofertas comerciais variam entre US$ 800 milhões e US$ 1,5 bilhão, embora a avaliação inicial do negócio estivesse em torno de US$ 2 bilhões. A decisão final sobre quem adquirirá o negócio deve ser anunciada entre setembro e o começo de outubro de 2025.
Segundo o comunicado oficial, as cerca de 700 lojas argentinas permanecerão operando normalmente durante o processo de venda, que envolve aproximadamente 17 mil funcionários. Não há previsão de fechamento imediato de unidades, e a estratégia é transferir a gestão das lojas ao novo proprietário, que também assumirá os riscos trabalhistas existentes.
Possíveis interessados e condições da venda
Entre os interessados estão grupos locais como Coto, liderado por Alfredo Coto; Changomás, de Francisco de Narváez; La Anónima, ligado à família Braun; além de associações de supermercados chineses em formato Express. Também há negociações envolvendo alianças, como a entre a empresa Newsan, de Rubén Cherñajovsky, e os proprietários da rede Havanna.
Restrição de uso de marca e cenário econômico
Os novos proprietários não poderão utilizar a marca Carrefour, conforme condições estabelecidas pela própria companhia. Analistas interpretam a saída da rede do mercado argentino como parte de um movimento mais amplo de multinacionais enfrentando dificuldades de rentabilidade e instabilidade econômica sob o governo de Javier Milei. O mercado local sofre com queda no consumo e desafios estruturais que motivam a redução de operações por parte de empresas estrangeiras.
Futuro da operação e impacto no mercado
Alexandre Bompard, presidente do Grupo Carrefour, afirmou que a estratégia de priorizar mercados mais rentáveis não implica fechamento imediato das lojas na Argentina. O atendimento será mantido até a conclusão das negociações. Assim, a venda das unidades continua em andamento, com propostas em análise e uma eventual definição do comprador prevista para os próximos meses.
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