O tema da tarifa zero no transporte público ganhou destaque novamente às vésperas do ano eleitoral de 2026. A discussão sobre a isenção de tarifas para usuários do sistema coletivo de mobilidade volta ao centro das atenções em meio ao clima político de preparação para as eleições presidenciais, além de disputas para deputados e senadores.
Repercussão da votação em Belo Horizonte
Na semana passada, um projeto de lei sobre a tarifa zero recebeu repercussão na cidade de Belo Horizonte, uma das capitais mais próximas de implementar políticas de transporte mais acessíveis. A votação gerou debates acalorados na Câmara Municipal e dividiu opiniões entre favoráveis à medida e opositores preocupados com os custos.
Segundo o G1, o Ministério da Economia realiza estudos para avaliar a viabilidade da tarifa zero em grandes cidades brasileiras. O ministro Fernando Haddad destacou que o governo busca analisar os aspectos financeiros e operacionais antes de avançar com qualquer política definitiva.
Implicações políticas e eleitorais
Especialistas apontam que o retorno do tema da tarifa zero coincide com o calendário eleitoral, uma estratégia comum em períodos pré-eleitorais para atrair apoio popular. “A questão do transporte público é sensível e tem potencial de mobilizar diferentes setores da sociedade”, afirma Ana Pereira, analista política.
Durante a campanha eleitoral de 2022, candidatos já tinham utilizado a pauta do transporte acessível como parte de seus programas de governo. A reinserção do debate em 2025 indica que a proposta deve ser utilizada como instrumento de mobilização em favor de candidatos que defendem a medida.
Desafios e possibilidades
Implementar tarifa zero envolve desafios financeiros, especialmente para cidades com orçamento limitado. O impacto sobre as receitas do sistema de transporte público e a sustentabilidade financeira das empresas operadoras são pontos de preocupação. Ainda assim, alguns especialistas consideram que a medida pode estimular o uso do transporte coletivo e reduzir o trânsito e as emissões de poluentes.
De acordo com estudos recentes, a medida pode aumentar a demanda pelo transporte público na Grande Belo Horizonte, por exemplo, promovendo maior inclusão social e melhorias na qualidade de vida urbana. Contudo, a viabilidade dependerá da capacidade dos governos locais de garantir financiamento suficiente e de aprimorar a gestão do sistema.
Perspectivas futuras
Com o avanço das discussões, espera-se que haja debates mais aprofundados nas próximas semanas, envolvendo diferentes níveis de governo e órgãos de transporte. A expectativa é que o tema siga sendo tema de campanha e de propostas dos candidatos, influenciando a eleição de 2026.
A sociedade civil também acompanha de perto a discussão, defendendo maior acesso ao transporte público como prioridade para a mobilidade urbana brasileira. A definição sobre a tarifa zero pode ser um dos fatores decisivos na escolha do eleitor, sobretudo entre os mais vulneráveis socialmente.