A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou na segunda-feira um pedido emergencial do Google para impedir que a empresa fosse obrigada a realizar mudanças na sua loja de aplicativos, a Play Store. A decisão da Corte não apresentou justificativas nem a contagem de votos, o que é comum nesse tipo de julgamento urgente.
Contexto da disputa e decisões anteriores
A batalha judicial entre Google e Epic Games, criadora do jogo Fortnite, se alonga desde 2018, quando a desenvolvedora lançou o aplicativo de forma independente, contornando as regras da loja. Uma decisão de um tribunal inferior, em 2023, determinou que o Google deveria permitir que os desenvolvedores usassem suas próprias lojas de aplicativos no Android e cobrassem de outras formas, além do sistema de pagamentos do Google, que configurou-se como ponto central do conflito.
Impasse e pedidos à Suprema Corte
Em setembro de 2025, o Google solicitou emergencialmente à Suprema Corte que suspendesse a decisão do tribunal inferior, alegando que a mudança traria riscos de segurança e despesas irreparáveis para a empresa. Os advogados da gigante afirmaram que as modificações poderiam expor o sistema a ameaças como roubo de dados e vigilância. Já a Epic Games argumentou que o Google usava um monopólio ilícito para manter seu domínio e prejudicar a concorrência.
Decisão da Suprema Corte e próximas etapas
A decisão da Corte impede temporariamente que as mudanças sejam obrigadas, mas não resolve o mérito do caso, que poderá voltar ao tribunal para uma análise mais aprofundada. O Google planeja solicitar uma revisão completa do processo até 27 de outubro, com possibilidade de julgamento ainda nesta sessão judicial.
Repercussões e impactos futuros
A disputa reflete o esforço do governo dos EUA de desvincular monopólios tecnológicas, como indicado pelo pedido do Departamento de Justiça, que recentemente pediu o desmembramento do monopólio do Google na tecnologia de anúncios. A decisão também está ligada às ações judiciais contra práticas anticompetitivas no mercado de aplicativos.
Especialistas avaliam que a decisão mantém o status quo enquanto o caso é avaliado de forma mais aprofundada, podendo ter efeitos significativos na regulamentação de lojas de aplicativos e práticas antitruste no setor de tecnologia.