O Senado Federal realiza nesta terça-feira (7/10) uma sessão especial para honrar as vítimas dos ataques perpetrados pelo grupo terrorista Hamas contra Israel. A iniciativa foi solicitada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que se identifica como judeu.
O conflito teve início exatamente há dois anos, no dia 7 de outubro de 2023, quando combatentes do Hamas desencadearam um ataque surpresa que resultou na morte de cerca de 1,2 mil pessoas e no sequestro de dezenas. Em resposta, Tel-Aviv declarou guerra ao grupo, iniciando uma série de bombardeios na Faixa de Gaza.
A ofensiva e suas consequências
A escalada desse conflito teve repercussões devastadoras, não apenas para Israel, mas também para a população palestina em Gaza. A guerra completa, portanto, dois anos, enquanto as negociações de paz estão em andamento, mediadas pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump.
Trump, que se posiciona como o “presidente da paz”, mantém uma relação forte com o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, defendendo a “responsabilidade” e a “contenção” nas ações de ambos os lados.
O plano de paz de 20 pontos
O chamado Plano de Paz para Gaza, elaborado pela Casa Branca com o suporte de aliados árabes, foi descrito por Trump como “o caminho para o fim definitivo da guerra”. Dividido em 20 pontos, o documento contempla:
- Libertação de todos os reféns israelenses em até 72 horas;
- Troca de prisioneiros palestinos;
- Suspensão temporária dos bombardeios;
- Retirada gradual das forças israelenses da Faixa de Gaza;
- Desarmamento completo do Hamas sob supervisão internacional.
Em contrapartida, Gaza seria governada por um grupo de tecnocratas palestinos independentes, supervisionada por uma coalizão internacional liderada pelos EUA e pelo ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair. O Hamas, segundo o documento, portanto, ficaria excluído da gestão política, embora alguns de seus membros desarmados pudessem receber anistia.
Condições em Gaza: uma crise humanitária
Enquanto as negociações se desenrolam no Egito, os habitantes de Gaza enfrentam um cenário catastrófico. De acordo com informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 61 mil palestinos perderam a vida desde o início do conflito, com 83% das vítimas sendo civis — um dado corroborado por informações das forças de defesa de Israel, reveladas pela mídia internacional.
Recentemente, em agosto, o Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC), órgão da ONU, declarou oficialmente um estado de fome em Gaza. Mais de 500 mil pessoas enfrentam condições “catastróficas”, com escassez alarmante de alimentos, água e medicamentos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, chamou atenção para a gravidade da situação, afirmando que “fazer as pessoas passarem fome por objetivos militares é um crime de guerra”, e solicitou um cessar-fogo imediato.
Entretanto, o governo de Netanyahu refutou essas alegações, classificando o relatório como “tendencioso” e assegurando que “não há fome em Gaza”, atribuindo a crise à “má gestão do Hamas”.
Com a situação política e humanitária em um impasse, o Senado brasileiro, através de sua cerimônia, busca dar visibilidade às vítimas desse conflito, ressaltando a necessidade de paz e resolução do drama que atinge tantas vidas na região.