Na manhã desta segunda-feira, o Tribunal de Apelação do Vaticano realizou a quarta audiência do processo sobre a gestão dos fundos da Santa Sé, marcando um importante desenvolvimento no caso que alerta a comunidade católica e o público em geral. O promotor adjunto, Roberto Zannotti, anunciou um recurso contra a decisão anterior que considerou inadmissível o apelo referente à sentença de primeira instância. O presidente do Tribunal, dom Alejandro Arellano Cedillo, rejeitou a solicitação de suspensão do processo, mas concedeu um novo prazo até fevereiro de 2026 para que os advogados apresentem suas memórias sobre as questões preliminares.
Adinhos dos prazos e recursos no processo
Este novo prazo é visto como uma forma de garantir que todas as partes envolvidas no processo possam se preparar adequadamente. Os advogados dos réus têm até o dia 7 de novembro para apresentar suas memórias, com a possibilidade de uma réplica até 28 de novembro. Enquanto isso, o Tribunal terá mais tempo para deliberar sobre as questões relativas ao pedido de recusa feito contra o promotor de Justiça, Alessandro Diddi. O processo, que é um desdobramento de questões financeiras complexas envolvendo a gestão dos recursos da Santa Sé, continua a gerar grande interesse e debate.
Recurso do promotor de Justiça
O recurso apresentado por Zannotti ao Supremo Tribunal Vaticano ressalta uma preocupação com a possível estagnação do processo. Ele classificou a atitude do Tribunal de Apelação como “anômala” e alertou que poderia levar a um bloqueio no andamento do caso. Segundo o promotor, não há amparo legal para a decisão do Tribunal de avaliar sozinho a admissibilidade dos motivos do recurso, o que poderia prejudicar a atuação do Ministério Público e impactar o processo como um todo.
Zannotti também mencionou que a ineficácia do ato poderia resultar em consequências prejudiciais ao próprio Gabinete do Promotor de Justiça, uma vez que, se a Suprema Corte decidisse decretar nula a decisão anterior, o grupo perderia um grau de julgamento. As preocupações levantadas indicam um clima tenso e um debate jurídico intenso sobre como os procedimentos legais estão sendo realizados no Vaticano.
Respostas da defesa
Os advogados de defesa apresentaram argumentação contrária ao recurso do promotor, considerando-o inadmissível e “infundado”. Entre os principais argumentos, Luigi Panella, advogado de Enrico Crasso, destacou que o promotor não deveria ter aguardado tanto tempo para apresentar a sua impugnação. Questionou o fato de não ter havido qualquer manifestação nas audiências passadas. Gian Domenico Caiazza, por sua vez, fez comparações com um caso anterior onde o próprio Gabinete do Promotor aceitou a inadmissibilidade de um recurso semelhante, sinalizando uma inconsistência nas suas ações atuais.
A decisão do Tribunal de Apelação
Após ouvir os argumentos, o Tribunal se retirou para deliberação. Dom Arellano, ao retornar, anunciou a decisão que não apenas rejeitou a suspensão do processo, mas também decidiu que os autos não seriam enviados ao Supremo. Entretanto, foi possível estabelecer novas datas para análise de questões prejudiciais, destacando os prazos estabelecidos, com a próxima audiência marcada para 3 de fevereiro de 2026.
As datas subsequentes para as audiências foram definidas também, garantindo um cronograma claro para os próximos passos no processo. O Tribunal se mostrou firme em sua intenção de levar adiante as investigações e deliberações, não permitindo que os debates em torno da gestão financeira da Santa Sé se estagnem ou se tornem indefinidos.
Com o andamento deste importante caso, a comunidade católica e os observadores internacionais continuam a acompanhar as evoluções, esperando por transparência e justiça na gestão dos recursos que são de suma importância para as operações da Igreja.