Na tarde desta terça-feira, 7 de outubro de 2025, um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para reivindicar a anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro de 2023. O evento, convocado por familiares e simpatizantes do ex-presidente nas redes sociais, teve como pauta principal a solicitação de uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, que pudesse anular, entre outras coisas, a condenação de Bolsonaro.
Ato na Esplanada dos Ministérios
Apesar de pequeno, o grupo ocupou todas as quatro faixas da Esplanada, bloqueando uma das principais vias do centro da capital federal. Policiais militares acompanharam a manifestação, permitindo que o ato ocorresse sem restrições na área. O protesto contou com a presença de figuras proeminentes, como o pastor Silas Malafaia e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além dos senadores Carlos Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES) e Rogério Marinho (PL-RN), e do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que se revezaram ao microfone em um carro de som.
Debates sobre o projeto de anistia
No Congresso Nacional, o tema da anistia está em debate há algum tempo. Em setembro, a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para a tramitação de um projeto de lei que pode incluir a anistia aos condenados pelos atos do dia 8 de janeiro. Esta proposta, se aprovada, anularia as penas definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, o alcance da anistia é um tópico controverso que gera intensos debates entre os parlamentares.
Paralelamente, a Câmara tem discutido uma alternativa ao perdão total, denominada “dosimetria”, que se concentra na revisão das penas aplicadas. O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator desse texto, tem se reunido com membros de diversos partidos para buscar um consenso. A principal divergência reside na possibilidade de incluir os “idealizadores” dos atos de 8 de janeiro entre os beneficiados, incluindo o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro e diretores do seu governo.
Implicações políticas e sociais
A reintegração de apoio popular em torno de Jair Bolsonaro, mesmo após sua saída da presidência, sinaliza um fortalecimento de sua base de apoio que busca reverter as condenações e restaurar sua imagem política. No entanto, a polarização em torno do tema da anistia e das penalidades aplicadas aos responsáveis pelos eventos de janeiro continua a dividir a opinião pública e os partidos.
Os atos de janeiro passado, que resultaram na invasão do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, foram um divisor de águas que alteraram a dinâmica política no Brasil. As repercussões desses eventos ainda são sentidas, e a discussão sobre anistia pode moldar o futuro político do país. A adesão a manifestações como a do dia 7 reflete, portanto, não apenas um sentimento de solidariedade aos presos, mas uma tentativa de retomar a narrativa da direita em um momento de crise política.
Próximos passos e mobilização
Com a crescente mobilização em torno do tema da anistia, as próximas semanas devem ser decisivas para o desenvolvimento das discussões legislativas. A opinião pública e o engajamento da sociedade civil podem influenciar o andamento do projeto na Câmara, assim como a atuação dos partidos, que terão que se posicionar claramente sobre a questão.
Os apoiadores de Bolsonaro pretendem intensificar suas atividades e articulações para garantir que suas demandas sejam ouvidas. Além disso, a continuidade dos protestos e a pressão sobre o Congresso serão essenciais para que suas reivindicações ganhem força.
Em resumo, o ato da Esplanada dos Ministérios ilustra como a luta pela anistia ainda é um tema central na agenda política brasileira, revelando a polarização e as divisões que marcam o cenário atual. As discussões em torno da anistia e da dosimetria prometem trazer novos desdobramentos nos próximos dias, à medida que o Brasil se aproxima de um novo ciclo eleitoral.
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