Brasil, 7 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Projeto de lei visa reduzir penas de atos golpistas na Câmara

Deputado Paulinho da Força espera votação do projeto de lei da Dosimetria na próxima semana, visando reduzir penas de envolvidos.

O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de lei da Dosimetria, que tem como foco a redução das penas de envolvidos em atos golpistas – incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro – anunciou que espera que o projeto seja votado na próxima terça-feira. Durante uma reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), Paulinho revelou que houve avanços nas negociações sobre o relatório da proposta.

A expectativa para a votação

Paulinho da Força afirmou: “Estive com o Hugo, conversamos e vamos fazer o texto até amanhã (quarta). Falamos sobre vários pontos do texto, que vai passar por ajustes. Podemos apresentar amanhã à noite ou na próxima segunda-feira, e então votaríamos na terça.” A expectativa é que uma nova versão da proposta possa ser apresentada, alinhando interesses e buscando apoio suficiente no plenário.

O retrocesso da proposta inicial

A iniciativa do deputado tem enfrentado desafios significativos. Quando a urgência do projeto foi aprovada pela Câmara em 17 de setembro, o texto original propunha uma anistia ampla e irrestrita. Contudo, com as críticas e reações públicas em relação à possibilidade de perdão total a condenados pela tentativa de golpe de Estado, Paulinho alterou o foco do projeto. Ele agora é denominado PL da Dosimetria e se concentra na redução das penas, ao invés de uma anistia total.

Desconfiança entre parlamentares

Um dos obstáculos que o projeto enfrenta é a desconfiança entre deputados e senadores, especialmente depois da rejeição da PEC da Blindagem pelo Senado. Essa proposta tinha como objetivo aumentar a proteção de parlamentares que enfrentam processos judiciais. Com isso, parlamentares que atuam na negociação do PL da Dosimetria relataram que a falta de comunicação entre Paulinho e o senador Davi Alcolumbre tem dificultado o avanço das discussões. Vários deputados ressaltam que sem um sinal de apoio do senador, a Câmara pode optar por não colocar o projeto em votação, visando evitar desgastes políticos.

Diálogo com opositores

Apesar da resistência de alguns grupos, Paulinho tem buscado diálogo com nomes da oposição. Ele se encontrou com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os líderes de partidos aliados, como Valdemar Costa Neto (PL) e Ciro Nogueira (PP). Essa abertura pode ser um sinal de que a base de apoio ao projeto pretende angariar mais votos, mesmo diante das críticas da oposição e de dentro do próprio governo.

Impacto da proposta nos casos de condenação

Segundo Paulinho, a versão atual da proposta permitirá a liberdade de todos que estão presos por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023, beneficiando também Bolsonaro, que foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar ações golpistas. De acordo com informações de deputados, o projeto poderá unificar os crimes de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado democrático de Direito, além de amenizar as penas para crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Reduções significativas nas penas

Uma das versões do texto, que ainda não foi protocolada oficialmente, indica que a pena de Bolsonaro poderia ser reduzida em um intervalo de 7 a 11 anos, dependendo da aprovação das novas medidas. A proposta de redução de penas está gerando debates acalorados entre os parlamentares, evidenciando a importância e a complexidade do tema no cenário político atual.

Assim, a articulação política em torno do projeto PL da Dosimetria reflete não apenas os interesses individuais de figuras proeminentes da política brasileira, mas também as tensões inerentes a um Congresso dividido, onde cada votação se torna uma batalha em um jogo de poder mais amplo. A próxima semana pode ser decisiva para o futuro das penas no contexto dos eventos de 8 de janeiro e da própria história recente do país.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes