Uma nova operação da Polícia Civil está em andamento para combater a falsificação e a comercialização de bebidas alcoólicas adulteradas. Na última segunda-feira (6), as autoridades realizaram ações em diversas cidades, incluindo Osasco, Americana, Sumaré e Poços de Caldas, com o apoio do Grupo de Operações Especiais e outras unidades da Delegacia Seccional de Carapicuíba.
Atuação da Polícia Civil
A operação resultou no indiciamento de uma mulher e na apreensão significativa de mercadorias ilegais. Durante os mandados de busca e apreensão, foram coletadas 3.050 garrafas de bebidas adulteradas e 316 mil rótulos falsificados. Além disso, insumos utilizados no envase e na falsificação dos produtos também foram confiscados. A Polícia Civil iniciou as investigações em junho deste ano, visando desarticular uma organização criminosa que atuava na fabricação e distribuição das bebidas falsificadas em toda a Grande São Paulo.
As autoridades se mostraram firmes em suas declarações, ressaltando que as diligências continuarão a fim de localizar outros suspeitos já identificados no caso. “As diligências continuam para localizar outros envolvidos que já foram identificados”, afirmou a Secretaria da Segurança Pública.
Casos de intoxicação por metanol no estado
O problema envolvendo bebidas adulteradas torna-se ainda mais alarmante considerando os dados recentes sobre intoxicação por metanol no estado de São Paulo. De acordo com um balanço do governo, são 14 casos confirmados de intoxicação por metanol, com 178 outros casos ainda em investigação. O balanço detalha que 192 casos já foram registrados no total, com três óbitos confirmados devido à ingestão de bebidas adulteradas.
O impacto dos casos de intoxicação
Dentre os casos em investigação, 178 estão aguardando laudos que confirmem a presença de metanol, além de investigações para entender as circunstâncias de ingestão. Dos 192 casos reportados, 47 já foram descartados após análise clínica. Esses dados foram apresentados durante uma coletiva de imprensa que ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, onde um gabinete de crise, envolvendo várias secretarias, se reuniu para discutir a situação.
Declarações do governador Tarcísio de Freitas
Em uma coletiva, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, descartou a possibilidade de envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) nos casos de intoxicação por metanol e enfatizou que o problema é uma questão estruturante, que persiste no Brasil há décadas. Ele lembrou de ocorrências semelhantes que ocorreram no passado, como os quase 20 óbitos registrados na Bahia, em 1990, relacionados também ao consumo de bebidas adulteradas com metanol.
Interdições e ações preventivas
Além das apreensões, a Polícia Civil já iniciou a interdição cautelar de 11 estabelecimentos suspeitos de adulterar bebidas alcoólicas. Esta lista inclui bares, adegas, e distribuidoras de bebida, e seis distribuidoras, bem como dois bares, tiveram a suspensão preventiva da inscrição estadual. Entre os negócios afetados estão a Bebilar Comercial e Distribuidora de Alimentos e Bebidas, Brasil Excellance e Exportadora de Bebidas, BBR Supermercados, FEC Alves Mercearia e Adega, e Lanchonete Ministro.
O alerta à população
Com todos esses eventos, a atenção das autoridades é máxima. A necessidade de conscientização da população sobre os riscos das bebidas adulteradas é crucial, principalmente em um cenário onde os números da intoxicação por metanol continuam a aumentar. A Polícia Civil e o governo estadual salientam a importância de evitar o consumo de bebidas cuja procedência seja duvidosa e reforçam a necessidade de denúncias sobre práticas ilegais no comércio de bebidas alcoólicas.
As ações e investigações continuam para coibir não apenas a produção, mas também a distribuição de produtos nocivos à saúde da população. A população também deve se educar sobre os sinais de bebidas potencialmente adulteradas e a importância de consumir produtos de estabelecimentos com reputação verificada.