No cenário político atual de São Paulo, o PSB (Partido Socialista Brasileiro) decidiu escalar o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, para disparar críticas à gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Essa estratégia faz parte da propaganda partidária gratuita que o PSB tem direito neste ano, veiculada no rádio e na TV. A escolha de França não é à toa: observa-se uma movimentação para posicioná-lo como candidato ao governo paulista, especialmente num período em que a definição do nome do PT (Partido dos Trabalhadores) para a disputa ainda é incerta.
Críticas aos pedágios sob a gestão de Tarcísio
Durante a veiculação da propaganda, França não hesitará em abordar questões sensíveis, como as inovações nos pedágios implementadas na gestão de Tarcísio. Ele critica o sistema “free flow”, que consiste em um pedágio sem cabines, destacando que “passou, pagou”. Em suas palavras, ele descreve o novo modelo como algo que desconsidera o cidadão comum, ao passo que beneficia “empresários amigos”. Essa retórica visa sensibilizar a população, que enfrenta dificuldades em relação à nova realidade dos pedágios em São Paulo, uma que pode levar a penalidades indesejadas devido a problemas no pagamento.
O impacto da gestão de Tarcísio nas rodovias
A implementação da tecnologia “free flow” nas rodovias paulistas já começou, tendo sido adotada na Raposo Tavares. No entanto, muitas vozes críticas dentro do próprio PSB apontam que essa prática também é uma estratégia do governo federal sob a gestão do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). O debate sobre a eficácia e a justiça tarifária deste novo sistema de pedágios está em alta, com a Secretaria de Parcerias em Investimentos de São Paulo defendendo que ele “agiliza os deslocamentos” e “traz justiça tarifária”.
Os críticos, por outro lado, argumentam que o novo modelo está gerando desgaste na popularidade de Tarcísio, principalmente em regiões do interior do estado, onde a inclusão de novos pedágios e a falta de descontos para os moradores têm se tornado um problema significativo.
Articulação política para 2026
A movimentação de França e do PSB também se projeta em um contexto eleitoral mais amplo. Com a iminência das eleições de 2026, um dos focos do partido é estabelecer-se como uma alternativa viável frente à base de Tarcísio. Enquanto isso, Geraldo Alckmin, ex-governador e atual vice-presidente, aparece em propagandas que visam estabelecer um diálogo calmo e conciliatório, focado em um Brasil soberano e em defesa de arranjos comerciais mais vantajosos.
O papel de Alckmin em um cenário polarizado
O relacionamento de Alckmin com os empresários é mais facilitado pelo seu histórico como governador e por suas origens no PSDB. O ex-governador também citou a necessidade de buscar soluções para os impactos da inflação, tentativa de amenizar a pressão sobre a população, sempre com o lema da proteção aos empregos. Entre seus esforços, ele tenta incluir uma agenda focada em acordos comerciais que possam beneficiar tanto o estado quanto o Brasil como um todo.
Uma resposta à extrema direita
O clima de tensão política que ronda o cenário, exacerbado após protestos com bandeiras americanas durante o 7 de setembro, tem levado o PSB a recalibrar seu discurso. Paralelamente, deputados como Caio França e Tabata Amaral reforçam a mensagem de defesa de uma produção nacional que resista aos desafios impostos pela política externa.
Conclusão
À medida que as eleições de 2026 se aproximam, a batalha por narrativa e apoio popular intensifica-se. O PSB, com a liderança de Márcio França, está claramente determinado a capitalizar sobre os desacertos da gestão de Tarcísio de Freitas, propondo-se como uma alternativa viável no cenário político paulista. Enquanto isso, o governador segue lutando para administrar as críticas e manter sua base de apoio, em um ambiente que se torna cada vez mais desafiador e polarizado.