Durante uma coletiva de imprensa na última segunda-feira (6), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez comentários que geraram polêmica em relação aos recentes casos de intoxicação por metanol no estado. De forma descontraída, ele afirmou que só se preocupará com a falsificação de bebidas quando os produtos que consome, como a Coca-Cola, forem falsificados. Contudo, essa fala não obscurece a seriedade do problema que tem afetado a saúde pública paulista.
A situação atual da intoxicação por metanol em São Paulo
São Paulo concentra a maior parte dos registros de intoxicação por metanol do Brasil, com 15 casos confirmados e 179 em análise. Isso representa mais de 82% do total do país, segundo dados do Ministério da Saúde. O governo paulista informa que a Polícia de São Paulo trabalha com duas principais linhas de investigação: o uso de metanol para a higienização de garrafas reaproveitadas e a adulteração de bebidas para aumentar o volume de produção.
“O metanol teria sido utilizado para a higienização de garrafas reaproveitadas que acabaram não indo para a reciclagem”, explicou Tarcísio. Além disso, há a hipótese de que fraudadores possam ter adicionado metanol acidentalmente enquanto tentavam usar etanol puro na fabricação de bebidas
Os riscos associados ao metanol nas bebidas
Os casos até agora envolvem bebidas destiladas, como vodca e gin, mas especialistas alertam que nenhuma bebida pode ser considerada totalmente segura neste momento. O risco maior recai sobre os destilados, particularmente os incolores, enquanto a cerveja, vinho e chope apresentem menor vulnerabilidade devido ao seu processo de produção e envase.
É importante notar que o metanol, frequentemente chamado de “substância traiçoeira”, não altera a cor, odor ou sabor da bebida, o que dificulta a identificação sem testes laboratoriais. Portanto, autoridades estão alertando consumidores sobre como identificar possíveis fraudes. Entre as orientações estão a desconfiar de preços muito baixos, a compra em locais conhecidos e a verificação de garrafas com lacre e selo fiscal.
Ações do governo paulista e medidas de prevenção
Na coletiva, o governador anunciou que solicitará à Justiça a destruição de garrafas, rótulos, lacres e selos apreendidos durante as operações de fiscalização. Na última semana, mais de 7 mil garrafas suspeitas de falsificação ou adulteração foram recolhidas.
Embora o governador tenha afastado a possibilidade de envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) ou de outras facções criminosas, argumentando que o mercado de bebidas falsificadas é menos lucrativo que o tráfico de drogas, o problema das bebidas adulteradas continua a levantar preocupações significativas em relação à saúde pública.
O impacto da intoxicação por metanol na população
Até a manhã de segunda-feira, o estado de São Paulo registrava 192 contaminações por metanol, incluindo 14 casos confirmados e 178 em investigação. Infelizmente, a intoxicação por metanol resultou em mortes, incluindo a recente morte de uma mulher de 30 anos em São Bernardo. Essa situação crítica exige uma mobilização urgente para proteger a saúde dos consumidores.
Além das ações governamentais, a Abrasel, entidade que representa bares e restaurantes, está recomendando que garrafas vazias sejam inutilizadas para evitar a reutilização por falsificadores. Consumidores precisam estar atentos e agir com cautela ao consumir bebidas, principalmente as destiladas.
É fundamental que todos, desde as autoridades até os consumidores, trabalhem juntos para combater essa grave crise de saúde pública, garantindo que as bebidas consumidas sejam seguras e livres de qualquer tipo de adulteração.
A situação dos casos de intoxicação por metanol em São Paulo continua a ser um tema de grande preocupação, exigindo tanto atenção do governo como colaboração da população. O apelo é claro: desconfiar, investigar e, acima de tudo, priorizar a saúde.
Para mais informações, acesse o [link da notícia original](https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/10/07/no-dia-que-comecarem-a-falsificar-coca-cola-vou-me-preocupar-diz-tarcisio-sobre-intoxicacoes-por-metanol-em-sp.ghtml).
