O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (7) que o Brasil apresentará os melhores argumentos econômicos para convencer os Estados Unidos a revertê-la tarifa de 40% sobre produtos brasileiros. Segundo Haddad, a medida tem causado impacto negativo na economia dos Estados Unidos ao encarecer itens essenciais como café, carnes e frutas.
Argumentos econômicos e impacto sobre os consumidores
Ao participar do programa Bom Dia Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação, Haddad destacou que os Estados Unidos estão sofrendo as consequências do tarifaço. “Eles estão com o café da manhã mais caro, pagando mais caro na carne e tendo acesso dificultado a produtos brasileiros de alta qualidade, tanto na agricultura quanto na indústria”, explicou o ministro.
Segundo ele, já há sinais de que as medidas tarifárias prejudicaram mais do que beneficiaram os Estados Unidos nos últimos dois meses, especialmente considerando o superávit comercial que o país possui com o Brasil e as oportunidades de investimento, particularmente em áreas como transformação ecológica, minerais estratégicos e energia limpa, eólica e solar.
Negociações e diálogo diplomático
No dia 6 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou por videoconferência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, Lula pediu a retirada da sobretaxa de 40% e das medidas restritivas contra autoridades brasileiras, ações que Trump delegou ao secretário de Estado, Marco Rubio, para dar continuidade às negociações. Ambos trocaram contatos e a possibilidade de encontros presenciais também está sendo avaliada.
Confiança na diplomacia brasileira
Haddad ressaltou que diversas sugestões de interlocutores sugeriram a adoção de estratégias diferentes pelo governo Lula nas negociações, mas que a diplomacia do Brasil continuará firme. “A estratégia escolhida pelo presidente Lula renderá bons frutos, mesmo com a campanha de desinformação promovida por grupos de extrema direita no Brasil, que tenta confundir o governo americano acerca da nossa realidade”, afirmou.
Contexto do tarifaço dos EUA
O tarifaço faz parte de uma política iniciada pelo presidente Donald Trump de aumentar tarifas sobre parceiros comerciais, buscando recuperar competitividade frente à China. O dia 2 de abril marcou a primeira medida, com uma tarifa de 10% devido ao superávit do Brasil com os EUA, mas, em 6 de agosto, uma tarifa adicional de 40% entrou em vigor, retaliando ações consideradas prejudiciais às empresas americanas, sobretudo às big techs, e respondendo ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Para Haddad, a ação dos EUA demonstra a importância de fortalecer a negociação com argumentos econômicos sólidos e de manter a diplomacia brasileira ativa para minimizar os impactos dessa política tarifária.
Mais informações sobre o tema podem ser lidas na matéria da Agência Brasil.