Em Brasília, durante um ato que pede anistia a envolvidos nos ataques ocorridos em 8 de janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) direcionou duras críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT), qualificando-o como “especialista em roubar”. A manifestação ocorreu nesta terça-feira (7/10) em frente à Biblioteca Nacional, reunindo líderes políticos e religiosos ligados à direita.
Discurso de Flávio Bolsonaro
Flávio fez suas declarações enquanto discursava em cima de um trio elétrico. “Veja as cores que nós carregamos nas bandeiras, blusas e nos nossos corações, porque até isso o PT tenta fazer. Tenta, porque eles são especialistas em roubar”, declarou, provocando aplausos dos apoiadores presentes.
Além do senador, o evento contou com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do pastor Silas Malafaia, do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), do deputado José Medeiros (PL-MT) e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Famílias de detenidos por sua ligação aos ataques às sedes do Três Poderes também marcaram presença.
Críticas ao governo Lula
Flávio também defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando: “Assim como ele [Jair Bolsonaro] não baixou a cabeça, nós não vamos baixar a nossa. […] A gente tem a convicção que se esse país continuar nas mãos dessa quadrilha, o Brasil acaba de vez”.
Em seu discurso fervoroso, o senador acusou o PT de tentar “roubar até a bandeira do Brasil”. Segundo ele, o partido “colocou a bandeira na lata do lixo”, enquanto Jair Bolsonaro teria restaurado o sentimento de patriotismo nos brasileiros. Flávio concluiu sua fala pedindo aos manifestantes que compartilhassem imagens do evento nas redes sociais, reforçando que “a luta valeu a pena” e que “a anistia está a um passo de ser aprovada”.
A manifestação e suas consequências
O ato foi convocado por aliados do ex-presidente e teve como principal objetivo a defesa de um projeto de lei que prevê a anistia para condenados e investigados pelos eventos de 8 de janeiro. No entanto, o esboço legislativo perdeu força na Câmara dos Deputados e passou a ser chamado de “PL da Dosimetria”.
O relator dessa proposta, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), já havia afirmado que seu parecer não incluirá um tipo de “anistia ampla, geral e irrestrita”, como é defendido por parte dos bolsonaristas. Em vez disso, a versão final deve focar na revisão de penas aplicadas, permitindo reduções apenas em casos específicos.
Apesar do enfraquecimento do projeto, os organizadores do evento afirmaram que o ato representou um gesto de “resistência” e de “pressão” sobre o Congresso Nacional.
A manifestação gerou reações em diversas esferas, destacando uma divisão contínua no cenário político brasileiro. Enquanto apoiadores clamam pela anistia, críticos permanecem alarmados com a possibilidade de tal medida, especialmente considerando a gravidade dos eventos de 8 de janeiro, que foram amplamente condenados em todo o país.
Assim, o clima de tensão política continua a corromper a serenidade do debate democrático, refletindo a polarização que marca a atualidade brasileira.