Segundo especialistas em segurança e gestão de desastres, uma collapsa generalizada da internet pode acontecer a qualquer momento, e estar preparado é fundamental. Com a maioria da população brasileira não planejando uma emergência dessas, saber como agir é prioridade para proteger seus dados, energia e comunicação.
Por que uma queda na internet pode acontecer e como se preparar
Robert Siciliano, analista de segurança e autor de “Identity Theft Privacy”, afirma que não é questão de “se”, mas de “quando” a infraestrutura de energia e internet sofrerá uma falha. Ele destaca que a rede elétrica no Brasil, com 120 anos de uso, está suscetível a regionalizações ou falhas totais, seja por ataques cibernéticos ou problemas na rede de energia.
Para garantir sua sobrevivência digital, Siciliano recomenda estar sempre com alimentos, água, baterias e fontes de energia de backup. “O termo ‘preparado’ tem uma conotação negativa, mas deveria ser um hábito comum”, diz ele. Preparar-se é essencial, afinal, prevê-se que eventos de grande escala possam afetar regiões ou o país inteiro.
Estratégias de backup de internet e energia
Sean Gold, especialista em emergência e proprietário do site TruePrepper, recomenda planejar sua conectividade sabendo que o colapso é uma possibilidade real. Uma solução simples é usar um hotspot móvel, conexão que permite acesso à internet via celular. Porém, para casos de falhas mais amplas, ele sugere apostar em tecnologias como o Starlink, serviços de satélite que funcionam independentemente de torres de celular ou energia.
O que considerar na hora de montar seu plano de contingência digital
De acordo com Gold, quem busca maior segurança deve considerar as seguintes opções:
- Hotspot: conexão via celular que garante acessibilidade temporária.
- Starlink: internet via satélite, ideal para áreas rurais ou emergências extremas, embora com custos iniciais de cerca de R$ 2 mil para o equipamento e planos mensais a partir de R$ 400.
- Satélites ISPs: HughesNet e Viasat oferecem planos de aproximadamente R$ 250 a R$ 350 por mês, sujeitos a interrupções por condições climáticas.
Gold ainda sugere adquirir equipamento de energia portátil, como estações de energia (power stations), geradores e baterias extras. Elementos essenciais também incluem lanternas, rádios analógicos a pilha e carregadores portáteis, que podem ser a única conexão com o mundo durante uma crise.
Controle financeiro e planos familiares em tempos de crise
Chris Reynolds, gestor de emergência na American Public University, reforça a importância de guardar dinheiro físico e de preparar um cartão pré-pago, além de criar um plano familiar de emergência. “O ideal é ter um local seguro para guardar pequenas quantidades de dinheiro, e manter um canal de comunicação definido com seus familiares”, recomenda Reynolds.
Gocke, CEO da Entropy Survival, sugere elaborar uma estratégia de comunicação, incluindo pontos de encontro, horários de verificação e contatos de emergência. Laminá-la e distribuí-la para familiares é uma dica prática, assim como adquirir dispositivos de comunicação via satélite, como o Garmin inReach ou walkie-talkies.
Além da tecnologia: ações para reforçar sua proteção
Para assegurar o funcionamento mesmo com a perda total da rede elétrica, sugere-se também investir em um plano de comunicação via landline ou rádios UHF/VHF, além de estabelecer uma rede de apoio com vizinhos e amigos próximos. Preparar-se para o inesperado envolve aceitar que nada é garantido e que sua prontidão faz toda a diferença em momentos críticos.
Este tipo de evento pode parecer improvável, mas a história nos ensina que crises podem ocorrer sem aviso. Com o avanço das ameaças cibernéticas e a vulnerabilidade de nossas infraestruturas, recomenda-se revisar sua estratégia de segurança, energia e comunicação agora — antes que seja tarde demais.