Brasil, 6 de outubro de 2025
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Trump é criticado por vídeo de IA que perpetua discurso de ódio

Ex-presidente Donald Trump compartilhou vídeos de IA com conteúdo racista e ofensivo, levantando debates sobre desinformação e respeito presidencial.

Nesta semana, o ex-presidente Donald Trump divulgou vídeos gerados por inteligência artificial (IA) que zombam, desinformam e promovem discurso de ódio contra opositores políticos, causando forte reação na sociedade e entre especialistas em política. As imagens, feitas para ridicularizar líderes democratas, aconteceram em um momento delicado, às vésperas de uma crise de shutdown do governo dos Estados Unidos.

Conteúdo nocivo e reações

O primeiro vídeo, divulgado por Trump na segunda-feira (22), apresenta o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries (NY), com um chapéu de mariachi e uma mustache, ao som de música mexicana, associando-o a estereótipos racistas. Logo após, Trump compartilhou uma segunda peça de conteúdo, em que combina imagens de Jeffries com o próprio rosto, sobreposto em um grupo de músicos de mariachi, reforçando uma narrativa odiosa e discriminatória.

O conteúdo também traz uma montagem com o líder do Senado, Chuck Schumer, de forma igualmente depreciativa, com áudio falso de Schumer falando de forma estereotipada sobre imigrantes, latinos, negros e pessoas trans, além de uma narrativa falsa de que democratas oferecem assistência médica gratuita a migrantes ilegais — tudo para promover um discurso xenofóbico e desinformado.

Reações de líderes e especialistas

Hakeem Jeffries respondeu às acusações na terça-feira, classificando o vídeo de Trump de “disgusting” (“repugnante”) e cobrando que o ex-presidente o confronte pessoalmente, sem usar artifícios de IA. “Não se esconda por meio de um vídeo racista e falso,” afirmou Jeffries em entrevista ao MSNBC, exigindo confronto direto.

Especialistas em política e comunicação alertaram para uma preocupante normalização do uso de conteúdos gerados por IA que disseminam ódio e desinformação. Conor M. Dowling, professor da Universidade de Buffalo, ressaltou que há uma “desensibilização” geral ao conteúdo ofensivo, agravada pelo fato de Trump usar sua posição para divulgar tais vídeos com regularidade. “Esse tipo de conteúdo não só ofende, mas também distorce o debate político,” afirmou Dowling.

Já Grant Reeher, professor da Maxwell School em Syracuse, observou que a inovação recente é de conteúdos publicados diretamente sob o nome do líder, diferentemente do passado, quando figuras políticas se utilizavam de terceiros para divulgar mensagens polêmicas. Segundo Reeher, “isso mostra que Trump rompeu com as normas de decoro que uma presidência exige, e isso agrava o impacto da desinformação.”

A preocupação com o impacto e o futuro

O uso de vídeos de IA por Trump reacendeu debates sobre os riscos dessa tecnologia na política. Dowling alertou para o aumento da prevalência de conteúdos enganosos e destaca a dificuldade do público em distinguir imagens autênticas de falsas. “É necessário desenvolver uma maior consciência e capacidade de identificação dessas fabricadas,” reforçou, enfatizando a responsabilidade de todos de combater a disseminação do ódio.

Antigos críticos apontam que essas ações não são apenas uma questão de limites éticos, mas que representam um aprofundamento de uma narrativa polarizadora e desrespeitosa. Enquanto isso, a sociedade debate até que ponto a liberdade de expressão se configura em práticas que reforçam discursos de ódio eFake News.

Perspectivas futuras

Especialistas concordam que o episódio evidencia a urgência de legislar e criar mecanismos mais rígidos contra a disseminação de conteúdo falso, especialmente aquele criado por IA. A busca por uma comunicação mais ética e responsável na era digital se torna essencial para o fortalecimento do debate democrático e a preservação das instituições.

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