No último domingo à noite, o Departamento de Transporte da Flórida iniciou a remoção da faixa de pedestres com temática orgulho LGBTQ+ na Ocean Drive, em Miami Beach. Trabalhadores foram vistos retirando os pavimentos coloridos do cruzamento nas interseções da Ocean Drive com a 12th Street, utilizando máquinas pesadas para retirar os mosaicos que caracterizavam a área.
Um grupo de curiosos, incluindo frequentadores da praia, residentes e drag queens, se reuniu para observar a ação. Com manifestações visíveis de indignação, um homem questionou os trabalhadores: “Coloque uma máscara para que ninguém veja quem você é! Você tem vergonha, não?”, expressando descontentamento com a remoção.
A remoção foi ordenada após o FDOT exigir que os governos locais, incluindo Miami Beach, retirassem artes no pavimento associadas a mensagens sociais, políticas ou ideológicas, sob pena de perder recursos estaduais. A faixa de pedestres era um símbolo para a comunidade LGBTQ+ e sua remoção gerou forte reação local.
A reação da comunidade e dos ativistas
Apenas dias antes da remoção, CC Glitzer, Akasha O’Hara Lords e TP Lords se preparavam para um show no Palace Bar & Restaurant quando souberam da remoção. Com emoção, CC Glitzer comentou: “É muito doloroso ver que nosso orgulho está sendo apagado tão rapidamente. É muito doloroso.” A frase “Miami Beach Forever Proud” se tornou um grito de guerra para os manifestantes que se reuniram. “Eles podem apagar as cores da rua, mas nunca poderão remover as cores das pessoas”, desabafou.
O comissário de Miami Beach, Alex Fernandez, também expressou sua desaprovação em relação à remoção, afirmando que a cidade não foi notificada sobre a ação: “Por que desperdiçar tantos recursos públicos para remover algo que é seguro, belo e icônico?” Além disso, Angelo Lanza, um residente de longa data, relatou sua indignação ao descobrir a remoção enquanto passava pelo local, sentindo que a faixa era uma adição valiosa ao cenário da Ocean Drive.
Enquanto isso, outros residentes, como John RZasa, expressaram que a faixa era uma das razões pelas quais se mudaram para o bairro, sentindo-se em casa com a presença do símbolo: “Ninguém aqui quer que ela desapareça. Todos querem que ela fique”, declarou RZasa, planejando retornar para repintá-la.
Protestos e apoio à comunidade
Recentemente, em agosto, o FDOT havia coberto uma faixa de pedestres semelhante em Orlando, que era um memorial para as 49 vítimas do massacre no pulso. Isto gerou um movimento de protesto, liderado pelo comissário Alex Fernandez e pela Câmara de Comércio LGBT de Miami, que organizou uma marcha para defender os direitos da comunidade LGBTQ+.
“Miami Beach sempre foi e sempre será uma comunidade orgulhosa e inclusiva – apesar dos esforços do estado para desgastar esses valores, tijolo por tijolo”, declarou Fernandez. A resposta da comunidade e os protestos indicam um forte compromisso com a preservação da diversidade e do respeito.
A remoção da faixa de pedestres simbólica em Miami Beach levanta questões importantes sobre a visibilidade e a aceitação da comunidade LGBTQ+ em um contexto mais amplo. A luta pela preservação deste e de outros símbolos continuará, refletindo a resistência e a força de uma comunidade determinada a lutar por seus direitos e identidade.