A Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto de 2025, é considerada a maior ação realizada contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) e trouxe à tona informações impactantes sobre três postos de combustíveis associados ao Sport Club Corinthians Paulista. Os dados revelam que esses postos, oficialmente licenciados pelo clube, operam em endereços ligados a alvos investigados pelo Ministério Público de São Paulo.
O que é a Operação Carbono Oculto?
A Operação Carbono Oculto é uma investigação ampla que visa desarticular a rede do PCC, a maior facção criminosa do Brasil. O foco da ação está em operações de lavagem de dinheiro e outros crimes associados, que, segundo as autoridades, superam R$ 8,4 bilhões. A operação expôs não apenas o modo como o PCC opera, mas também suas ramificações legais, incluindo negócios com postos de combustíveis.
A relação dos postos com a operação
Os três postos que levam o nome do Corinthians estão localizados na Zona Leste de São Paulo e foram revelados em uma investigação colaborativa entre o g1 e a Receita Federal. Cada um dos postos é operado sob bandeira branca e aparece sob registros que são considerados inconsistentes pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A autoridade notificou as empresas proprietárias para a atualização cadastral, alertando sobre possíveis penalidades em caso de não conformidade.
Endereços e registros dos postos
Os postos identificados com o nome “Posto Corinthians” incluem:
- Auto Posto Mega Líder Ltda – Avenida Líder, 2000 (Cidade Líder);
- Auto Posto Mega Líder 2 Sociedade Unipessoal Ltda – Avenida São Miguel, 6337 (Vila Norma);
- Auto Posto Rivelino Ltda – Avenida Padre Estanislau de Campos, 151 (Conjunto Habitacional Padre Manoel da Nóbrega).
A operação revelou que os proprietários dos postos são alvos da polícia e que sua associação com o PCC gera preocupações sobre a imagem do clube.
Reação do Corinthians
Em resposta às investigações, o Corinthians enfatizou que não administra diretamente os postos de gasolina, afirmando que existem contratos de licenciamento com empresas que operam sob sua marca. O clube declarou que está monitorando as investigações e que tomará medidas jurídicas apropriadas se necessário.
O ex-presidente do clube, Duilio Monteiro Alves, que estava no cargo durante a assinatura dos contratos de licenciamento, declarou que não havia conhecimento de irregularidades ou denúncias sobre os postos durante sua gestão.
Implicações e investigações futuras
A situação não se limita apenas aos postos licenciados. O Ministério Público de São Paulo está investigando a possibilidade de infiltração do PCC em antigas administrações do Corinthians. Relatórios indicam que o clube pode ter alugado imóveis vinculados a membros da facção criminosa, aumentando as preocupações sobre a integridade da instituição.
A investigação levanta questões significativas sobre o que significa ser uma marca ligada a um dos clubes de futebol mais importantes do Brasil enquanto se enfrenta associações inquietantes com atividade criminosa. A transparência das operações comerciais é agora uma prioridade para o Corinthians, que busca preservar a sua reputação no mundo esportivo.
O futuro do clube sob investigação
O Corinthians promete acompanhar de perto o desenrolar das investigações e avaliar todos os contratos de licenciamento em vigor. A reputação do clube se torna cada vez mais vital, especialmente quando sua imagem está atrelada a casos de grande repercussão como este. As próximas semanas podem ser decisivas para entender a extensão das implicações legais e de imagem do clube, que, ao que tudo indica, enfrenta um delicado desafio em sua história.
Enquanto as investigações avançam, torcedores e a mídia ficarão atentos a quaisquer novos desdobramentos que possam surgir, especialmente em relação à responsabilidade de outros envolvidos e no impacto sobre o patrimônio e a imagem do Sport Club Corinthians Paulista.