Brasil, 6 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Nicolas Calabrese é deportado de Israel após intervenção humanitária

Nicolas Calabrese, primeiro deportado da delegação brasileira da Global Sumud Flotilla, relata condições precárias durante detenção em Israel.

No último sábado (4), o professor e educador popular Nicolas Calabrese, membro da delegação brasileira da missão humanitária Global Sumud Flotilla, foi deportado de Israel. Este evento marca um desdobramento significativo dentro do contexto internacional de ajuda humanitária à população palestina. A missão, que visava levar alimentos e remédios a Gaza, foi interrompida quando as embarcações foram interceptadas pela Marinha de Israel em águas internacionais. Calabrese, que chegou ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira (6), é também ator político e militante do PSOL, refletindo o papel ativo de intelectuais e educadores na luta por direitos humanos.

Missão humanitária e a interceptação em águas internacionais

A Global Sumud Flotilla, que conta com mais de 40 embarcações e 461 ativistas de 40 países, lançou-se ao mar com o nobre objetivo de prestar ajuda humanitária à população de Gaza. Entretanto, em 1º de outubro, as embarcações foram abordadas pela Marinha israelense, resultando na detenção dos ativistas, que ocorreram em condições controversas e questionáveis. Durante sua permanência em Israel, Calabrese sofreu episódios de violência psicológica e enfrentou condições adversas, como a falta de alimentação adequada e restrições quanto ao acesso à água potável.

A deportação de Nicolas Calabrese

Calabrese foi o primeiro da delegação a ser deportado, em um voo organizado pela Embaixada da Turquia em Tel Aviv, que também transportou outros 137 ativistas de diferentes nacionalidades. O consulado italiano bancou a passagem, evidenciando um esforço conjunto internacional em prol da liberação dos detidos. A deportação ocorreu sem a transparência esperada, uma vez que o governo de Israel não notificou os advogados ou as delegações sobre os nomes ou destinos dos ativistas removidos.

Condições de detenção e reações do governo brasileiro

A situação dos demais integrantes da delegação brasileira, que permanecem detidos, está gerando preocupações substanciais. Entre os que continuam encarcerados estão a deputada federal Luizianne Lins e o cineasta Miguel Viveiros de Castro. Durante uma visita consular realizada pela Embaixada do Brasil em Tel Aviv, os ativistas relataram a mesma experiência de Calabrese, com menções a maus-tratos e condições de vida inaceitáveis nas prisões. O Itamaraty expressou seu descontentamento com a situação, caracterizando as ações de Israel como uma “operação militar condenável” e exigindo a libertação imediata dos cidadãos brasileiros detidos.

Protestos e manifestações de apoio

Como forma de protesto pelas durezas enfrentadas, quatro dos brasileiros ainda em detenção, incluindo Ariadne Telles, iniciaram greves de fome, enquanto a ativista ameaçou também dar início a uma greve de sede. Essas medidas evidenciam a gravidade da situação e destacam a determinação dos ativistas em defender seus direitos e a causa palestina. O advogado da organização Adalah, que acompanha os casos dos detidos, denunciou a falta de comunicação e a violação de direitos humanos, cuja gravidade atrai a atenção de organismos internacionais.

Novo desdobramento: deportação do restante da missão

Na noite da última segunda-feira (6), o governo brasileiro confirmou que os 13 activistas brasileiros restantes em Ktzi’ot seriam deportados no dia 7 de outubro. O plano consiste em transferi-los em comboio até a Ponte Allenby, na fronteira entre Israel e Jordânia. A expectativa é que cheguem à capital jordaniana, Amã, ao meio-dia. A Embaixada do Brasil em Amã se comprometeu a oferecer assistência médica e consular aos deportados, refletindo uma postura ativa em favor da segurança de seus cidadãos.

A situação da Global Sumud Flotilla e a deportação de Calabrese reabrem o debate sobre as ações israelenses em relação a iniciativas humanitárias. A denúncia de práticas abusivas e a fragilidade da defesa dos direitos humanos se tornam questões centrais não apenas para os brasileiros envolvidos, mas também para a comunidade internacional que observa as tensões na região.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes