O Brasil enfrenta uma grave crise de intoxicações por metanol, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez um alerta importante aos profissionais do setor. Na tarde desta segunda-feira (6/10), durante uma coletiva de imprensa, ele enfatizou a necessidade de notificação de casos suspeitos de contaminação, mesmo antes da confirmação da intoxicação. A orientação tem como objetivo prevenir que a situação se agrave ainda mais.
“Sempre aja, não espere nada tomar grandes proporções, nem busque minimizar qualquer problema de saúde”, declarou Padilha.
Atualmente, foram registrados 225 casos suspeitos de intoxicação em todo o país. Desses, 16 já foram confirmados, enquanto 209 seguem em investigação. O último boletim sobre a situação foi divulgado na noite do domingo (5/10), mas novos dados devem ser apresentados nesta noite, uma vez que houve atraso no envio das informações do estado de São Paulo.
Até o momento, o estado de São Paulo foi o mais afetado, com duas mortes confirmadas por ingestão de metanol. Outras 13 mortes estão sob investigação, sendo sete em São Paulo, três em Pernambuco, uma no Mato Grosso do Sul, uma na Paraíba e uma no Ceará.
Dados sobre intoxicações por metanol no Brasil
A seguir, apresentamos os números atualizados de casos suspeitos e confirmados em diversos estados brasileiros:
Casos registrados:
- São Paulo: 192 casos (14 confirmados e 178 em investigação)
- Distrito Federal: 1 caso suspeito
- Goiás: 2 casos suspeitos
- Mato Grosso do Sul: 5 casos suspeitos (1 descartado)
- Mato Grosso: 1 caso suspeito
- Pernambuco: 10 casos suspeitos (2 descartados)
- Paraná: 2 casos suspeitos e 2 confirmados
- Rondônia: 1 caso suspeito
- Piauí: 2 casos suspeitos
- Rio Grande do Sul: 2 casos suspeitos
- Rio de Janeiro: 1 caso suspeito
- Paraíba: 1 caso suspeito
- Ceará: 3 casos suspeitos
Ações do governo federal
Em resposta à crise, o governo federal começou a distribuição de etanol farmacêutico, antídoto utilizado no tratamento de intoxicações por metanol. O envio, realizado no sábado (4/10), contemplou cinco estados brasileiros, com um total de 580 ampolas sendo distribuídas:
- 240 para Pernambuco
- 100 para o Paraná
- 90 para a Bahia
- 90 para o Distrito Federal
- 60 para o Mato Grosso do Sul
Entretanto, estados como Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba e São Paulo, que é o epicentro da crise, não foram contemplados na primeira remessa do antídoto. O envio da medicação atende a pedidos locais de reforço e está sendo realizado em colaboração com as secretarias estaduais de saúde.
Investigação em curso
A crise está sob investigação da Polícia Federal desde a última terça-feira (30/9). Além disso, a Polícia Civil do Estado de São Paulo também está realizando investigações sobre o caso. O objetivo é entender as origens das bebidas contaminadas e afastar riscos à saúde pública.
A diretriz do governo e as orientações do ministro da Saúde são um esforço significativo para combater essa grave situação e garantir a proteção da população diante do aumento das intoxicações por metanol. A colaboração entre profissionais de saúde, autoridades e a população é crucial para encerrarmos essa crise de maneira mais eficaz.
É importante que todos os cidadãos estejam atentos e informados sobre como agir e notificar casos suspeitos, contribuindo assim para a proteção da saúde coletiva.