Brasil, 7 de outubro de 2025
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Marco Rubio, negociador de Trump para o Brasil, reforça tensões e crítica ao governo Lula

Secretário de Estado dos EUA, alinhado à extrema-direita, lidera negociações com o Brasil enquanto mantém postura crítica ao governo Lula

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, nomeado por Donald Trump para liderar as negociações sobre tarifas e sanções contra o Brasil, reafirma sua postura dura e ideológica. Rubio, conhecido por seu alinhamento à direita trumpista, já manifestou publicamente críticas ao governo Lula e às ações de autoridades brasileiras.

Rubio e o alinhamento com setores anti-Lula

Designado pelo presidente americano para conduzir os diálogos com o Brasil, Rubio atua como interlocutor de figuras como o blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ambos nos Estados Unidos. Este último chegou a celebrar publicamente a indicação de Rubio, considerada por diplomatas como um exagero. Rubio já se reuniu diversas vezes com eles em Washington, buscando influenciar a percepção americana sobre o governo Lula.

Participantes brasileiros nas negociações

Para as conversas, além de Rubio, participarão o chanceler Mauro Vieira, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O encontro, esperado com expectativa, foi confirmado após Lula sugerir a realização de uma reunião bilateral durante sua visita à Malásia, na Cúpula da ASEAN, ainda neste mês. Trump e Lula também planejam se encontrar em breve, segundo anunciou o próprio presidente brasileiro.

Perfil ideológico de Rubio e suas ações contra o Brasil

Rubio, que comanda a Secretaria de Relações Exteriores dos Estados Unidos, possui uma trajetória marcada por posições conservadoras e forte retórica anti-imigração. Filho de imigrantes cubanos que saíram de Havana antes da Revolução de 1959, ele foi deputado por quatro mandatos e senador por três na história política dos EUA.

Demonstrando seu alinhamento com a extrema-direita, Rubio foi um dos principais críticos do governo brasileiro de Jair Bolsonaro, especialmente após a condenação do ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em suas redes sociais, o republicano chegou a afirmar que as perseguições políticas do ministro Alexandre de Moraes continuavam, e que a prisão de Bolsonaro representava uma ação de censura e perseguição que extrapolava as fronteiras do Brasil.

Críticas às ações do STF e sanções aos brasileiros

No mês passado, Rubio reiterou sua postura ao condenar publicamente a condenação de Bolsonaro, alegando que ela foi parte de uma “caça às bruxas” promovida pelo STF. O secretário também afirmou que os EUA respondem de forma adequada às ações de perseguição política, com medidas como a inclusão de autoridades brasileiras na Lei Magnitsky — restrições financeiras a violadores de direitos humanos.

Em entrevistas e postagens no X (antigo Twitter), Rubio qualifica ministros do STF de “juízes ativistas” e critica a tentativa de ministros como Moraes de impor reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos, reforçando seu discurso de oposição ao governo Lula.

Resposta brasileira e perspectivas

Apesar das declarações virulentas, Rubio nunca mencionou nominalmente o presidente Lula em suas críticas. A indicação dele como negociador foi vista, por alguns diplomatas, como uma tentativa de trazer a discussão para uma esfera mais comercial, com enfoque na relação econômica entre os países.

Rubens Ricupero, ex-embaixador do Brasil nos EUA, comentou ao GLOBO que a escolha de Rubio é natural, dado seu cargo de responsabilidade pelas relações exteriores. Segundo Ricupero, a narrativa de que a indicação poderia gerar entraves é equivocada, e a postura mais ideológica do secretário é compatível com o governo Trump, sem antagonizar oficialmente Lula e o PT.

Para Ricupero, a participação do Brasil com ministros da área econômica reflete o interesse do país em colocar na mesa de negociações questões mais voltadas ao comércio e às relações bilaterais, independentemente das posições mais duras de Rubio sobre o Brasil.

O avanço das negociações e o diálogo estabelecido marcam um momento delicado, que pode indicar maior engajamento dos Estados Unidos com questões políticas e diplomáticas envolvendo o Brasil, mesmo com o perfil ideológico de Rubio dificultando a aparente boa-fé de uma aproximação real.

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