O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (6/10) que a conversa entre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o dos Estados Unidos, Donald Trump, ocorreu com naturalidade e tranquilidade. Em entrevista à TV Record, Haddad destacou que o clima entre os líderes está bom e que parecia haver boa vontade de ambas as partes.
Diálogo para tratar das tarifas americanas
Segundo Haddad, o governo brasileiro tem expectativas positivas em relação às negociações em andamento. Ele avaliou que as tarifas impostas por Trump, que totalizam 50% nas exportações brasileiras, são infundadas e sem justificativa lógica. “Era uma medida sem amparo. só se devia à desinformação patrocinada para levar o governo dos Estados Unidos ao erro de imaginar que o Executivo brasileiro pudesse influenciar essa decisão”, declarou.
Tarifaço e tensões comerciais
Em agosto, o governo dos EUA sancionou tarifas adicionais de 40% sobre os produtos brasileiros, além das já existentes de 10%, totalizando uma taxa de 50%. A justificativa da Casa Branca é de que o Brasil estaria superavitário na relação comercial bilateral, embora a balança brasileira seja, na realidade, deficitária.
Desde o anúncio das tarifas, o Brasil tenta negociar com os Estados Unidos, sem sucesso até o momento. Haddad comentou que, apesar das dificuldades, acredita que o diálogo seguirá aberto e que as negociações podem evoluir.
Relacionamento político e pressões internas
O encontro entre Lula e Trump ocorreu durante a reunião da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, onde os dois presidentes tiveram uma boa química, segundo avaliação de Trump. Na manhã desta segunda-feira, eles participaram de uma reunião remota para discutir especificamente as tarifas.
Donald Trump admitiu que a motivação para as tarifas tem um caráter político, relacionada à tentativa de disciplinar o Brasil, em função de uma suposta “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (Eduardo Bolsonaro), condenado por tentativa de golpe pelo STF. O deputado federal já viajou aos EUA para articular uma resistência às negociações.
Perspectivas futuras e expectativas de diálogo
Apesar dos obstáculos, Haddad reforçou que as conversas têm sido conduzidas com bom humor e disposição de resolver as divergências. Ele afirmou que o governo espera que as negociações avancem de forma pacífica e que o clima político seja favorável para encontrar uma solução para o tarifamento.
Para isso, o governo brasileiro planeja uma visita a Washington em duas semanas, na esperança de ampliar o diálogo com as autoridades americanas e reverter ou diminuir as tarifas impostas.
Segundo especialistas, o sucesso nas negociações poderá contribuir para uma melhora na relação comercial e fortalecer a relação diplomática entre os dois países, mesmo diante de tensões recentes.
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