As exportações do Brasil para os Estados Unidos em agosto de 2025 recuaram 20,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, impulsionadas pelo tarifão de 50% em produtos brasileiros anunciado pelo governo americano, divulgou nesta segunda-feira (6) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Apesar da queda, as vendas para outros mercados garantiram recorde nas exportações totais brasileiras, que atingiram US$ 30,54 bilhões no mês.
Impacto do tarifão nas exportações e importações
No mês passado, o país vendeu US$ 2,58 bilhões aos Estados Unidos, contra US$ 3,23 bilhões em setembro de 2024, uma redução de 20,3%. Por outro lado, as importações brasileiras dos EUA aumentaram 14,3%, passando de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,35 bilhões na mesma comparação. Essa combinação levou o saldo da balança comercial com os americanos a registrar um déficit de US$ 1,77 bilhão em agosto, o nono consecutivo e o maior deste ano.
No acumulado de 2025, o Brasil exportou US$ 29,213 bilhões para os Estados Unidos, uma leve queda de 0,6% em relação aos nove primeiros meses de 2024. As importações de produtos oriundos do país norte-americano somaram US$ 34,315 bilhões, alta de 11,8%, resultando em um déficit de US$ 5,102 bilhões no período. Antes do tarifão de Donald Trump, o Brasil tinha superávit com os Estados Unidos.
Expansão de mercados alternativos impulsiona recorde nas exportações
A queda nas exportações para os Estados Unidos não prejudicou o resultado total da balança comercial brasileira, graças ao crescimento das vendas para outros mercados, especialmente na Ásia. As exportações para Singapura tiveram alta de 133,1%, totalizando US$ 500 milhões, enquanto para a Índia subiram 124,1%, atingindo US$ 400 milhões. Outros destaques foram Bangladesh (+80,6%), Filipinas (+60,4%) e China (+14,9%).
Na América do Sul, as vendas brasileiras cresceram 29,3%, impulsionadas pela Argentina, que aumentou suas exportações para o Brasil em 24,9%. Ainda, as vendas para a União Europeia cresceram 2% entre setembro de 2024 e o mesmo mês de 2025.
Exportações recordes e superávit encolhido
Em setembro, o Brasil exportou US$ 30,54 bilhões, um valor recorde para o mês e 7,2% superior ao mesmo período de 2024. Entretanto, o superávit da balança comercial caiu 41,1%, chegando a US$ 2,99 bilhões, influenciado pela compra de uma plataforma de petróleo de US$ 2,4 bilhões de Singapura. Segundo dados divulgados pela Agência Brasil, esse cenário reforça o impacto do tarifão sobre as exportações brasileiras aos EUA, mas destaca a resiliência das relações comerciais com outros parceiros.