Brasil, 6 de outubro de 2025
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Estudo revela como psilocibina pode aliviar dor e depressão

Pesquisa da Universidade da Pensilvânia mostra que a psilocibina pode ser eficaz no tratamento da dor crônica e sintomas depressivos.

Um novo estudo conduzido pela Universidade da Pensilvânia investigou os efeitos da psilocibina, um composto ativo encontrado em Cogumelos Mágicos, na reversão de sintomas de dor crônica e depressão em modelos de camundongos. Os resultados revelam que uma única injeção do composto pode proporcionar alívio significativo e duradouro, apresentando novas perspectivas para o tratamento dessas condições.

Impacto da psilocibina na dor e depressão

Os pesquisadores observaram que uma única injeção de psilocibina resultou na reversão rápida dos sintomas depressivos e de dor em camundongos, com a redução da dor permanecendo por pelo menos 12 dias após o tratamento. O estudo foi publicado na prestigiada revista Nature Neuroscience e confirma que a dor crônica não apenas impacta fisicamente, mas também afeta o cérebro, promovendo um sofrimento psicológico que agrava a dor original.

Dores crônicas e seu impacto cerebral

Durante um período de quatro semanas, a equipe de pesquisa induziu dor crônica em camundongos através de dois modelos: lesão nervosa e inflamação severa nas patas. Ambos os grupos apresentaram hipersensibilidade ao toque, além de comportamentos semelhantes à ansiedade e depressão, como evitação de espaços abertos e dificuldades em testes aquáticos.

Através de imagens do cérebro, os cientistas descobriram que uma região denominada córtex cingulado anterior, que processa tanto a experiência emocional da dor quanto regula o humor, estava hiperativa. As células nervosas nessa área estavam disparando 40% mais do que deveriam, levando a uma alteração no “termostato” do cérebro.

Uma injeção que faz diferença

No 27º dia do estudo, os pesquisadores administraram uma única injeção de psilocibina. Em menos de 24 horas, a sensibilidade à dor dos camundongos normalizou, assim como seus comportamentos de ansiedade e depressão. A localização da administração da psilocibina foi crucial; ela mostrou eficácia apenas quando injetada diretamente no córtex cingulado anterior, e não teve efeito quando administrada na espinha.

Os mecanismos de ação da psilocibina

A psilocibina atua em dois tipos de receptores de serotonina no cérebro: 5-HT2A e 5-HT1A. Os pesquisadores descobriram que a ativação parcial de ambos os receptores simultaneamente foi fundamental para restaurar a atividade cerebral normal, enquanto apenas a estimulação isolada de um dos receptores não apresentou resultados significativos. Isso indica que, em vez de simplesmente bloquear sinais de dor, a psilocibina recalibra circuitos específicos que foram desregulados pela dor crônica.

Interação entre dor e depressão

A pesquisa também mapeou como a dor crônica e a depressão se reforçam mutuamente. Camundongos com dor crônica apresentaram padrões semelhantes de dor e depressão, com dores mais intensas correspondendo a níveis mais altos de sofrimento psicológico. Os resultados destacam que o alívio da dor não resulta da cura da lesão em si, pois quando analisados 40 dias depois, os danos nervosos ainda estavam presentes, sugerindo que as mudanças ocorreram exclusivamente no cérebro.

Implications for Human Treatment

Embora a pesquisa tenha utilizado modelos em camundongos, é importante lembrar que a dor crônica em humanos envolve uma complexidade psicológica e social adicional. Os métodos de administração, dosagem específica e frequência do tratamento precisam ser testados extensivamente antes de uma aplicação clínica. Para milhões de pessoas que vivem com dor crônica, incluindo aqueles que também lutam contra a depressão e a ansiedade, essas descobertas oferecem novos insights sobre como essas condições estão interligadas no cérebro.

Ensaios humanos iniciais utilizando a psilocibina para dor crônica já estão em andamento. Embora ainda seja incerto se os efeitos observados em camundongos se traduzirão em humanos, os insights neurobiológicos já avançam o entendimento sobre como a dor crônica transforma o cérebro e por que ela resiste a tratamento.

Nota: Este artigo resume pesquisas pré-clínicas e tem apenas fins informativos. Não fornece aconselhamento médico nem endossa o uso de psilocibina fora de configurações de pesquisa aprovadas.

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