Brasil, 6 de outubro de 2025
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Empresário se defende em depoimento sobre escândalo do INSS

Fernando Cavalcanti alega que bens apreendidos são lícitos e se defende na CPMI do INSS.

O empresário Fernando Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians, prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta segunda-feira, 6 de outubro, em meio a acusações relacionadas ao escândalo do INSS. Durante sua fala, Cavalcanti afirmou que os veículos de luxo apreendidos pela Polícia Federal em sua residência são “lícitos”, destacando a presença de uma Ferrari vermelha, que, segundo ele, está financiada e será quitada apenas em 2027, após um investimento de R$ 4,5 milhões.

O escândalo do INSS

O escândalo do INSS ganhou notoriedade após a revelação de fraudes ligadas ao desconto de mensalidades de aposentados, sendo inicialmente exposto pelo portal Metrópoles em uma série de reportagens a partir de dezembro de 2023. Nesses três meses, a arrecadação das entidades suspeitas disparou, atingindo a cifra de R$ 2 bilhões em um único ano, enquanto enfrentavam milhares de processos judiciais relacionados a fraudes nas filiações de segurados. Os desdobramentos resultaram em uma investigação por parte da Polícia Federal e na abertura de um inquérito pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Depoimento de Fernando Cavalcanti

Durante sua participação na CPMI, Cavalcanti destacou que os veículos apreendidos são de propriedade de sua empresa e estão devidamente declarados. “Os veículos mencionados nas reportagens são de propriedade da minha empresa e foram adquiridos de forma lícita. Alguns ainda estão financiados, como a tão falada Ferrari, que eu só termino de pagar, salvo melhor juízo, no final de 2027”, afirmou o empresário. Além dos carros de luxo, a Polícia Federal também apreendeu oito relógios de luxo e uma quantia em dinheiro durante a operação intitulada Sem Desconto, que ocorreu em sua residência no Lago Sul, uma das áreas mais nobres de Brasília.

Consequências da operação Sem Desconto

A operação Sem Desconto, iniciada em setembro, resultou na demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi, após investigações que revelaram a profundidade das fraudes. A CPMI identificou que 38 reportagens do Metrópoles fundamentaram as apurações que culminaram na operação. As ações da Polícia Federal foram, portanto, uma resposta direta à série de denúncias que cercam o escândalo.

Negação de envolvimento com fraudes

Em sua defesa, Cavalcanti negou qualquer envolvimento em fraudes, alegando que nunca foi utilizado como “laranja” ou se beneficiou de qualquer esquema ilícito. “O que tenho de conhecimento da relação de Nelson Wilians e Maurício Camisotti são esses empréstimos, que estão sendo pagos até hoje. Deixo registrado que nunca fui laranja, operador ou beneficiário de qualquer esquema. Minha atuação sempre foi de gestor”, afirmou enquanto prestava depoimento.

Fernando Cavalcanti é, atualmente, o administrador e CEO da empresa Valestra, uma companhia voltada a serviços combinados de escritório e apoio administrativo. A investigação que o rodeia, no entanto, é uma ramificação do maior escândalo do INSS, que continua a repercutir em âmbitos políticos e sociais.

Com o surgimento de novas informações e a continuidade das investigações, a CPMI do INSS promete aprofundar suas apurações e trazer à tona mais detalhes sobre o funcionamento das fraudes que abalou a estrutura previdenciária brasileira.

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Com o desenrolar dos fatos, a expectativa é que a CPMI e as instituições envolvidas consigam identificar responsáveis e trazer à justiça aqueles que participaram das ações fraudulentas.

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