Brasil, 6 de outubro de 2025
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Empresário do DF nega envolvimento em esquema de desvios no INSS

Fernando Cavalcanti se defende na CPMI do INSS após ser alvo da Operação Sem Desconto, negando ser laranja ou envolvido em fraudes.

No dia 6 de outubro, o economista e empresário Fernando Cavalcanti, CEO da Valestra, fez declarações contundentes na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, onde negou qualquer ligação com esquemas de desvios de dinheiro que estão em investigação. Cavalcanti, que foi alvo da Operação Sem Desconto, afirmou ser apenas gestor e que sua atuação sempre foi conforme os serviços prestados.

Defesa contundente na CPMI

Cavalcanti se apresentou à comissão dizendo: “Deixo registrado que nunca fui laranja, operador ou beneficiário de qualquer esquema. Minha atuação sempre foi de gestor. Os pagamentos por mim recebidos eram compatíveis com todas as funções que eu desempenhava com a minha vida empresarial.” Ele referiu-se também a empréstimos realizados a amigos e aliados, como Nelson Willians e Maurício Camisotti, enfatizando que os pagamentos estão sendo feitos até hoje.

O escândalo do INSS, que começou a ganhar notoriedade em dezembro de 2023 através de uma série de reportagens do Metrópoles, revelou uma situação alarmante. Durante os primeiros três meses do caso, a arrecadação de entidades envolvidas em descontos de mensalidade de aposentados disparou, atingindo a cifra de R$ 2 bilhões em um único ano. A série de reportagens indicou a existência de fraudes nas filiações de segurados, levando à abertura de inquérito pela Polícia Federal.

Impacto das reportagens

As investigações desencadeadas pelo Metrópoles culminaram na deflagração da Operação Sem Desconto em 23 de abril, resultando na demissão de figuras importantes, como o presidente do INSS e o ministro da Previdência, Carlos Lupi. As reportagens foram essenciais como evidência para a Polícia Federal, que listou 38 matérias na representação que deu origem à operação. Estas demissões demonstram a seriedade das acusações e a repercussão na esfera política.

A Operação Sem Desconto levou as autoridades a cumprir mandados na residência de Cavalcanti, onde foram apreendidos carros de luxo, incluindo uma Ferrari e uma réplica do carro de Fórmula 1 de Ayrton Senna, além de relógios de marca e dinheiro em espécie. Essa apreensão indica o nível de riqueza e a ostentação associada a negócios potencialmente ilícitos.

Relacionamentos questionáveis e novas prisões

Cavalcanti também se destacou como vice-presidente do escritório NW Advogados, ligado a Nelson Willians, que é investigado como operador financeiro de Maurício Camisotti, outro nome crucial no esquema. A CPMI investiga ainda a ligação entre diversas figuras no âmbito do INSS, buscando esclarecer os desvios.

Uma semana antes do depoimento de Cavalcanti, a CPMI presenciou a segunda prisão de uma testemunha envolvida nas investigações. Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), foi detido por falso testemunho. Isso demonstra a tensão crescente entre autoridades e envolvidos nas investigações.

Dificuldades na convocação de testemunhas

O senador Carlos Viana, presidente da CPMI do INSS, afirmou enfrentar dificuldades para marcar depoimentos de convocados, e sinalizou que, se a situação persistir, poderá solicitar a condução coercitiva de testemunhas. Segundo Viana, a resistência é mais notada entre aqueles “ligados ao INSS” e “apontados como recebedores de proventos ilícitos”, o que complica ainda mais o andamento das investigações.

O atual cenário revela uma trama complexa envolvendo empresários, advogados, e as fragilidades do sistema de previdência. A CPMI se mantém firme na busca por esclarecimentos e justiça em meio a um cenário que afeta milhares de aposentados e abre uma série de questionamentos sobre a governança e a transparência das entidades responsáveis pelo INSS no Brasil.

À medida que o processo avança, a sociedade brasileira aguarda novas informações sobre os desdobramentos do caso, e a verdade sobre as acusações envolvendo o INSS pode trazer consequências significativas para todos os envolvidos.

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